Produção de Mudas Cítricas: Guia Completo das Etapas e Legislação
Produção de mudas cítricas: Saiba mais sobre as etapas de produção, instalação do viveiro, normas e legislações envolvidas.
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A produção de mudas cítricas é a etapa fundamental e inicial da cadeia produtiva da citricultura, responsável por fornecer o material genético que formará os pomares comerciais de laranjas, limões e tangerinas. No contexto do agronegócio brasileiro, que lidera a produção mundial de suco de laranja, este processo deixou de ser uma prática simples de plantio de sementes para se tornar uma atividade altamente tecnificada, realizada em ambientes protegidos e sob rigorosa legislação sanitária. O objetivo central é garantir plantas sadias, vigorosas e com alta capacidade produtiva para um ciclo que pode durar até 20 anos no campo.
Atualmente, a muda cítrica padrão é resultado da propagação vegetativa por meio da enxertia. Isso significa que a planta não é um indivíduo único, mas a união de duas partes distintas: o porta-enxerto (cavalo), que fornece o sistema radicular e suporte, e a copa (enxerto), que define a variedade da fruta. Devido à ameaça constante de doenças severas como o Greening (HLB) e a Clorose Variegada dos Citros (CVC), a produção a céu aberto foi banida nas principais regiões produtoras, exigindo infraestrutura especializada para garantir a blindagem sanitária do material propagativo.
Propagação por Enxertia: Utiliza-se predominantemente a técnica de borbulhia em “T” invertido para unir a copa selecionada a um porta-enxerto resistente, combinando características produtivas com adaptabilidade ao solo e clima.
Ambiente Protegido: A produção ocorre obrigatoriamente em viveiros telados (estufas com telas anti-afídeos), impedindo a entrada de vetores de doenças, como o psilídeo Diaphorina citri.
Substrato Inerte: O cultivo é realizado em recipientes (sacolas ou tubetes) com substrato tratado, eliminando o contato das raízes com o solo natural para evitar contaminação por nematoides e fungos como Phytophthora.
Rastreabilidade Genética: Todo o material utilizado, desde as sementes do porta-enxerto até as borbulhas da copa, deve ser proveniente de plantas matrizes registradas e testadas periodicamente.
Ciclo Controlado: O processo envolve etapas bem definidas de semeadura, repicagem, enxertia e condução, exigindo manejo nutricional e hídrico preciso para garantir o padrão de qualidade.
Legislação Rigorosa: O produtor deve seguir normas federais (como a IN 48 do Mapa) e estaduais, que exigem inscrição no RENASEM (Registro Nacional de Sementes e Mudas) e acompanhamento de um Responsável Técnico (Engenheiro Agrônomo).
Riscos Sanitários: A aquisição de mudas sem certificação (clandestinas) é a principal porta de entrada para doenças incuráveis na propriedade; uma muda contaminada pode inviabilizar economicamente o pomar inteiro.
Escolha do Porta-Enxerto: Esta decisão define a arquitetura da planta, tolerância à seca, resistência a pragas de solo e qualidade do fruto. Não existe um porta-enxerto universal; a escolha deve ser técnica e baseada no histórico da área.
Documentação Obrigatória: Para o transporte e comercialização, é indispensável a emissão da Permissão de Trânsito Vegetal (PTV) e laudos laboratoriais que comprovem a ausência de patógenos regulamentados.
Vigor e Uniformidade: Mudas certificadas garantem um estande de plantas uniforme no campo, facilitando a mecanização, a colheita e reduzindo custos com replantio nos anos iniciais.
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