O que é Pulverização Com Drone

A pulverização com drone é uma modalidade de aplicação aérea de defensivos agrícolas, fertilizantes, adjuvantes e produtos biológicos utilizando Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAs). Diferente da aviação agrícola tradicional, que utiliza aviões tripulados, ou da pulverização terrestre com tratores e autopropelidos, o uso de drones permite voos em baixíssima altitude e velocidade reduzida, garantindo uma precisão milimétrica no alvo. No Brasil, essa tecnologia tem ganhado escala rapidamente, integrando-se ao conceito de Agricultura de Precisão e Agricultura 4.0.

Essa técnica se destaca pela capacidade de realizar aplicações em ultra baixo volume (UBV), utilizando caldas mais concentradas e menor quantidade de água por hectare. Os equipamentos são geralmente multirotores (asas rotativas) equipados com tanques, bombas de pressão, bicos específicos e sistemas de geolocalização (GPS/RTK). O plano de voo é automatizado, permitindo que o drone percorra a lavoura de forma autônoma, respeitando os limites da propriedade e as áreas de preservação, além de possibilitar a aplicação em taxa variável ou localizada (apenas onde há o problema).

A importância prática dessa tecnologia no cenário nacional é imensa, especialmente para culturas em terrenos acidentados, como o café em regiões de montanha, onde a mecanização terrestre é inviável. Além disso, em culturas de grãos como soja e milho, a pulverização com drone é essencial para aplicações de “catação” (controle de reboleiras de plantas daninhas) e para tratamentos em estágios avançados da cultura, evitando o amassamento das plantas que ocorreria com a entrada de maquinário pesado, prevenindo perdas de produtividade por compactação do solo e danos físicos à lavoura.

Principais Características

  • Efeito Downwash: A turbulência gerada pelas hélices do drone empurra as gotas para baixo, promovendo uma excelente penetração do produto no dossel da cultura e atingindo as folhas do baixeiro.

  • Operação em Terrenos Complexos: Capacidade de operar em áreas de topografia irregular, morros e declives acentuados onde tratores e pulverizadores costais têm acesso difícil ou perigoso.

  • Não Ocorre Amassamento: Por ser uma aplicação aérea, elimina-se o contato físico com a cultura, evitando danos mecânicos às plantas e a compactação do solo causada pelo tráfego de máquinas.

  • Economia de Água: O sistema permite trabalhar com volumes de calda reduzidos (geralmente entre 5 a 20 litros por hectare), otimizando a logística de abastecimento no campo.

  • Automação e Rastreabilidade: Os voos são pré-programados via software, gerando mapas de aplicação e relatórios detalhados que comprovam onde e quanto produto foi aplicado.

  • Versatilidade de Insumos: Pode ser utilizado para aplicação de líquidos (herbicidas, fungicidas, inseticidas) e sólidos (sementes para sobressemeadura e fertilizantes granulados).

Importante Saber

  • Regulamentação Obrigatória: A operação deve seguir as normas da ANAC e, especificamente para aplicação de insumos, a Portaria nº 298 do MAPA, que exige registro do operador, curso de aplicador aeroagrícola remoto (CAAR) e responsabilidade técnica de um engenheiro agrônomo.

  • Controle de Deriva: Embora preciso, o drone é suscetível ao vento. É fundamental monitorar as condições climáticas (temperatura, umidade e velocidade do vento) e ajustar a altura de voo e o tamanho das gotas para evitar que o produto atinja áreas não alvo.

  • Logística de Baterias: A autonomia de voo é limitada pela bateria. Uma operação eficiente exige um conjunto robusto de baterias, geradores de energia no campo e uma equipe de apoio ágil para as trocas (pit-stops).

  • Segurança do Operador: A tecnologia reduz drasticamente o risco de intoxicação, pois o operador controla a aeronave à distância, sem contato direto com a névoa de pulverização, diferentemente da aplicação costal manual.

  • Planejamento de Voo: É necessário mapear previamente os obstáculos (árvores, redes elétricas, construções) para garantir a segurança da aeronave e a eficiência da cobertura da área.

  • Custo-Benefício: Para pequenas áreas ou terrenos difíceis, o custo operacional costuma ser muito competitivo em relação à mão de obra manual; em grandes extensões planas, ele atua melhor como complemento aos autopropelidos para arremates e catação.

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