O que é Pulverização Em Soja

A pulverização em soja é uma das operações mais críticas e frequentes no ciclo produtivo da oleaginosa no Brasil, consistindo na aplicação de defensivos agrícolas (herbicidas, fungicidas, inseticidas) ou fertilizantes foliares sobre a lavoura. O objetivo principal é garantir a sanidade das plantas, protegendo o potencial produtivo da cultura contra a competição de plantas daninhas e o ataque de pragas e doenças, como a ferrugem asiática, que exigem controle rigoroso e tempestivo. Dada a extensão das áreas de cultivo no país e o clima tropical que favorece a pressão biológica, a eficiência desta operação é determinante para a rentabilidade do produtor.

No contexto brasileiro, a pulverização em soja evoluiu significativamente, passando do uso exclusivo de tratores e pulverizadores autopropelidos para a integração com a aviação agrícola e, mais recentemente, o uso de drones (VANTs). A escolha do método depende da topografia, do estágio fenológico da planta e da necessidade de evitar o amassamento da cultura. A técnica exige conhecimentos agronômicos avançados sobre tecnologia de aplicação, visando depositar a quantidade correta de ingrediente ativo no alvo biológico com o mínimo de desperdício e impacto ambiental.

A complexidade da pulverização na soja reside, em grande parte, na arquitetura da planta. À medida que a soja se desenvolve, o fechamento das entrelinhas forma um “dossel” denso, dificultando que as gotas pulverizadas atinjam as folhas do baixeiro (parte inferior da planta), onde muitas doenças se iniciam. Por isso, estratégias que envolvem o uso de adjuvantes, escolha correta de pontas de pulverização e, modernamente, a turbulência gerada por drones, são fundamentais para vencer essa barreira física e garantir a eficácia do tratamento.

Principais Características

  • Diversidade de Modalidades: Pode ser realizada via terrestre (tratores e autopropelidos), aérea (aviões agrícolas) ou remotamente pilotada (drones), cada uma com capacidades operacionais e custos distintos.

  • Penetração no Dossel: Um dos maiores desafios técnicos é garantir que o produto atravesse a camada superior de folhas e atinja o terço inferior da planta, essencial para o controle de doenças fúngicas.

  • Volume de Calda: Varia drasticamente conforme o equipamento; pulverizadores terrestres utilizam volumes maiores (ex: 100L/ha), enquanto drones e aviões operam com ultra baixo volume (ex: 10L a 20L/ha), exigindo formulações e precisão diferenciadas.

  • Janela de Aplicação: A operação é altamente dependente das condições meteorológicas (temperatura, umidade e vento) e do estágio da praga ou doença, exigindo rapidez operacional para não perder o momento ideal de controle.

  • Tecnologia de Pontas e Gotas: Envolve a seleção criteriosa de bicos para gerar o espectro de gotas adequado (finas, médias ou grossas), equilibrando a cobertura do alvo com o risco de deriva ou evaporação.

Importante Saber

  • Regulamentação de Drones: O uso de drones para pulverização exige cadastro na ANAC, respeito às normas do DECEA e Ministério da Defesa, além de responsabilidade técnica agronômica, não sendo apenas uma questão de pilotagem.

  • Controle de Deriva: A deriva (desvio do produto para fora da área alvo) é um risco ambiental e econômico grave; deve-se monitorar constantemente a velocidade do vento e utilizar adjuvantes redutores de deriva quando necessário.

  • Manejo Integrado de Pragas (MIP): A pulverização não deve ser feita de forma calendarizada ou preventiva sem critérios; o monitoramento constante da lavoura é essencial para aplicar o produto apenas quando o nível de dano econômico for atingido.

  • Eficiência em Áreas Difíceis: Em terrenos acidentados, áreas de várzea ou locais com obstáculos onde máquinas pesadas não entram, o uso de drones tem se mostrado uma solução técnica viável para evitar “falhas” no controle fitossanitário.

  • Preparo da Calda: A ordem de mistura dos produtos no tanque e a qualidade da água (pH e dureza) influenciam diretamente a estabilidade da mistura e a eficácia agronômica da pulverização, evitando incompatibilidades químicas.

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