Artigos sobre Pulverizadores Agrícolas

O que é Pulverizadores Agrícolas

Os pulverizadores agrícolas são equipamentos fundamentais na agricultura moderna, projetados para a aplicação de produtos fitossanitários, fertilizantes foliares e reguladores de crescimento nas lavouras. Sua função principal é transformar uma calda líquida em pequenas gotas e distribuí-las uniformemente sobre o alvo desejado, que pode ser o solo, as plantas cultivadas ou pragas e doenças específicas. O mecanismo básico envolve a pressurização do líquido e sua passagem por pontas de pulverização (bicos), garantindo que o produto atinja a superfície necessária com a cobertura adequada.

No contexto do agronegócio brasileiro, caracterizado por um clima tropical que favorece o desenvolvimento rápido de pragas, doenças e plantas daninhas, o pulverizador é uma das máquinas mais utilizadas ao longo da safra. Diferente de uma plantadeira ou colhedeira, que operam em janelas específicas de tempo, o pulverizador entra em campo diversas vezes durante o ciclo da cultura, desde a dessecação pré-plantio até as aplicações finais antes da colheita. Por isso, a eficiência deste equipamento está diretamente ligada à proteção do potencial produtivo e à rentabilidade da fazenda.

A evolução tecnológica transformou esses equipamentos em máquinas de alta precisão. O objetivo não é apenas “jogar” o produto na lavoura, mas realizar a tecnologia de aplicação correta: colocar a quantidade certa de ingrediente ativo, no local certo, com o mínimo de desperdício e deriva. Isso exige um conjunto harmonioso entre componentes hidráulicos, mecânicos e eletrônicos, permitindo que o produtor rural realize o manejo fitossanitário de forma sustentável e econômica.

Principais Características

• Diversidade de Modelos e Portabilidade: Existem diversos tipos de pulverizadores para atender diferentes escalas de produção, variando desde os costais (manuais ou motorizados) para pequenas áreas, até os tratorizados (de barras ou turboatomizadores) e os autopropelidos, que possuem motor próprio, grandes tanques e alta capacidade operacional.

• Sistema Hidráulico e de Pressão: O coração do equipamento é composto por tanque, bomba, filtros, comandos e reguladores de pressão. A estabilidade da pressão é crucial para manter a vazão constante e garantir que a dose aplicada por hectare seja exatamente a planejada pelo agrônomo.

• Pontas de Pulverização (Bicos): São os componentes responsáveis por determinar o tamanho das gotas e o padrão de distribuição. A escolha correta da ponta influencia diretamente a penetração do produto no dossel da cultura e o risco de deriva (perda de produto pelo vento).

• Tecnologia Embarcada: Os modelos modernos contam com controladores de vazão eletrônicos, corte automático de seções (para evitar sobreposição de produto), sensores de altura de barras e piloto automático via GPS, garantindo precisão centimétrica na aplicação.

• Barras e Estabilidade: Em pulverizadores de grandes culturas, as barras podem ultrapassar 40 metros de largura. Sistemas de amortecimento e nivelamento automático são características essenciais para manter a altura correta em relação ao alvo, mesmo em terrenos irregulares.

Importante Saber

• Calibração e Regulagem: A calibração deve ser feita periodicamente e sempre que houver mudança de produto ou alvo. Um pulverizador descalibrado pode resultar em subdosagem (falha no controle da praga) ou superdosagem (fitotoxidez na planta e prejuízo financeiro).

• Condições Meteorológicas: A eficiência da pulverização depende estritamente do clima. Deve-se monitorar a temperatura (geralmente abaixo de 30°C), umidade relativa do ar (acima de 50-55%) e velocidade do vento (entre 3 a 10 km/h) para evitar a evaporação rápida das gotas ou a deriva.

• Manutenção e Limpeza: Resíduos de herbicidas no tanque podem matar uma cultura sensível na aplicação seguinte. A tríplice lavagem do sistema e a limpeza frequente dos filtros e bicos são obrigatórias para evitar contaminação cruzada e entupimentos.

• Segurança Operacional (NR-31): A operação de pulverizadores envolve o manuseio de produtos químicos. O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados e cabines com filtro de carvão ativado em máquinas tratorizadas ou autopropelidas é indispensável para a saúde do operador.

• Volume de Calda: Entender a relação entre a velocidade de deslocamento da máquina e a vazão dos bicos é vital para definir o volume de calda (litros por hectare). Volumes inadequados podem causar escorrimento do produto (desperdício) ou cobertura insuficiente das folhas.