Pós-Colheita de Soja: Como Evitar Perdas e Manter Qualidade do Grão
Garanta o lucro da sua safra de soja com um pós-colheita eficiente. Veja as etapas de secagem e armazenamento para evitar perdas e maximizar a qualidade.
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A qualidade do grão de soja refere-se ao conjunto de atributos físicos, químicos e sanitários que determinam o valor comercial e a aptidão industrial da oleaginosa após a colheita. No agronegócio brasileiro, esse conceito é balizado principalmente pela Instrução Normativa (IN) 11/2007 do Ministério da Agricultura, que estabelece os padrões oficiais de classificação. A qualidade não é apenas um diferencial competitivo, mas um requisito técnico que define se o lote será enquadrado em grupos específicos (I ou II), se sofrerá descontos no momento da venda ou se será rejeitado por não atender aos critérios de exportação e processamento industrial.
A manutenção dessa qualidade é um processo contínuo que se inicia na lavoura, especificamente no momento da colheita (idealmente no estádio R8), e se estende por todas as etapas de pós-colheita, como transporte, secagem e armazenamento. Fatores como o teor de umidade, a presença de impurezas, grãos quebrados e avarias causadas por fungos ou fermentação impactam diretamente a rentabilidade do produtor. Grãos fora do padrão exigem tratamentos adicionais, como secagem forçada e pré-limpeza, gerando custos operacionais e descontos sobre o peso final da carga entregue nas tradings ou cooperativas.
Teor de Umidade Padronizado: Embora a legislação não use a umidade para definir o grupo da soja, o mercado adota o padrão de 14% como limite máximo. Grãos acima desse percentual estão sujeitos a descontos para cobrir custos de secagem e perda de massa, além de serem mais propensos ao desenvolvimento de fungos durante o armazenamento.
Limites de Impurezas e Matérias Estranhas: A qualidade é medida pela pureza da carga. O padrão aceitável é de até 1% de impurezas (terra, palha, vagens). Valores superiores resultam em desconto proporcional direto no peso da carga entregue.
Presença de Grãos Avariados: Inclui grãos ardidos, mofados, fermentados, germinados ou queimados. A classificação quantifica esses defeitos para determinar a qualidade do lote, sendo que altos índices de avarias depreciam severamente o valor do produto e podem inviabilizar a comercialização para certos nichos.
Integridade Física (Grãos Partidos e Quebrados): A classificação avalia a porcentagem de grãos que não estão inteiros. Grãos partidos (quebrados) são mais suscetíveis à oxidação e ao ataque de pragas e fungos, reduzindo o tempo seguro de armazenagem e a qualidade do óleo extraído.
Coloração e Maturação: A presença de grãos esverdeados indica problemas na maturação ou colheita antecipada. Esses grãos possuem altos níveis de clorofila, o que é indesejável para a indústria de refino de óleo, sendo um critério rigoroso de desclassificação.
Momento Ideal de Colheita: A qualidade máxima é obtida colhendo-se no estádio R8 (maturidade plena), quando 95% das vagens têm a cor típica de madura. Atrasos na colheita expõem os grãos à umidade e calor excessivos no campo, aumentando o risco de fermentação e abertura de vagens.
Riscos no Transporte: O transporte imediato após a colheita é crucial. A demora ou o uso de caminhões mal vedados podem causar o aquecimento da carga e o início de processos fermentativos, deteriorando a qualidade antes mesmo da chegada ao armazém.
Controle de Armazenamento: Para manter a qualidade conquistada no campo, os silos devem ter controle rigoroso de aeração e temperatura. A umidade de armazenamento segura situa-se entre 12% e 14%; acima disso, cria-se um ambiente propício para fungos de pós-colheita e pragas.
Flexibilidade Contratual: Embora a IN 11/2007 seja a base legal, empresas e tradings podem estabelecer critérios próprios de classificação em contratos privados. É fundamental que o produtor conheça as regras específicas do comprador, pois elas podem ser mais rígidas que a legislação federal.
Processo de Amostragem: A classificação correta depende de uma amostragem representativa (calagem e quarteamento). Uma amostra mal coletada pode não refletir a realidade da carga, levando a descontos indevidos ou à aceitação de lotes problemáticos que contaminarão o silo.
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