Qualidade do Trigo: 3 Fatores que Definem o Preço da sua Safra
Qualidade do trigo: o que afeta sua classificação comercial e as dicas para obter melhores resultados na produção do grão.
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Ler o Guia Principal sobre Qualidade do Trigo →A qualidade do trigo refere-se ao conjunto de características físicas, químicas e reológicas dos grãos que determinam sua aptidão para o processamento industrial e, consequentemente, seu valor de mercado. No agronegócio brasileiro, esse conceito não é subjetivo; ele é regido por normas técnicas, especificamente a Instrução Normativa nº 38 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Essa regulamentação estabelece padrões oficiais que segregam o produto em Grupos, Classes e Tipos, definindo se o lote é destinado à alimentação humana (moagem, panificação) ou a outras finalidades, como a ração animal.
Para o produtor rural, a qualidade do trigo é o resultado cumulativo de todo o ciclo da lavoura, e não apenas um fator observado na pós-colheita. O manejo fitossanitário, a nutrição da planta, as condições climáticas durante o enchimento de grãos e, crucialmente, a regulagem da colheitadeira influenciam diretamente os indicadores finais. Um trigo de alta qualidade apresenta sanidade, integridade física e composição adequada, o que garante maior liquidez na comercialização e evita os descontos técnicos aplicados pelas unidades de recebimento e moinhos.
A avaliação da qualidade é mandatória nas transações comerciais e baseia-se em parâmetros mensuráveis, como o Peso do Hectolitro (PH), teor de umidade e a presença de materiais que não sejam o grão sadio. Compreender esses critérios é essencial para a gestão da rentabilidade, uma vez que lotes fora do padrão sofrem deságios no peso ou no valor monetário, podendo até ser recusados para fins nobres dependendo da gravidade dos defeitos ou contaminações.
Peso do Hectolitro (PH): É um dos principais indicadores de qualidade física, medindo a densidade dos grãos (peso de 100 litros de trigo). Um PH elevado indica grãos bem formados, cheios e sadios, correlacionando-se diretamente com um maior rendimento na produção de farinha.
Teor de Umidade: Fator crítico para a conservação e comercialização. O excesso de água nos grãos favorece a proliferação de fungos e insetos no armazenamento, além de resultar em descontos no peso final do lote para compensar a secagem necessária.
Matérias Estranhas: Compreende qualquer material presente no lote que não seja oriundo da planta de trigo, como sementes de plantas daninhas, torrões de terra, pedras e outros detritos que depreciam a carga.
Impurezas: Diferenciam-se das matérias estranhas por serem partes da própria planta de trigo que não são o grão em si, como fragmentos de palha, cascas, pedaços de colmo e folhas, que devem ser removidos ou descontados.
Classificação por Grupos: O trigo é dividido normativamente em Grupo I (destinado à alimentação humana, classificado por tipo) e Grupo II (destinado à moagem e outros usos, classificado por classes e tipos), o que define o nicho de mercado do produto.
Impacto da Colheita: A regulagem da colheitadeira (velocidade do cilindro, abertura do côncavo e ventilação) é determinante para reduzir impurezas e danos mecânicos aos grãos. Uma colheita mal ajustada pode aumentar drasticamente os descontos na entrega.
Cálculo de Descontos: Na recepção da safra, o peso das impurezas e matérias estranhas é convertido em porcentagem e descontado do peso total da carga. Ou seja, o produtor deixa de receber por esse volume, impactando a receita líquida.
Metodologia de Análise: A identificação de impurezas é feita através de peneiras técnicas padronizadas. Pela norma, utiliza-se peneiras com crivos oblongos de 1,75 mm x 20 mm; tudo o que vaza por essa malha é considerado impureza.
Diferenciação de Defeitos: É vital distinguir o que é defeito do grão (quebrado, chupado, gessado) do que é impureza. Ambos afetam a classificação (Tipo), mas as impurezas geram desconto direto de peso.
Planejamento da Safra: A qualidade começa na escolha da cultivar e no manejo de doenças fúngicas (como a giberela), que podem afetar o PH e introduzir micotoxinas, desvalorizando o produto final independentemente da limpeza do lote.
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