Dormência de Sementes: O que É e Como Superar na Lavoura
Dormência em Sementes: O que é, quando ocorre, tipos, causas e as interferências na agricultura. Confira agora!
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A quebra de dormência é o conjunto de técnicas e procedimentos aplicados às sementes com o objetivo de superar mecanismos naturais de inibição da germinação. Na natureza, a dormência atua como uma estratégia evolutiva de sobrevivência, impedindo que a semente germine em condições adversas ou todas de uma única vez. No entanto, na agricultura comercial, essa característica torna-se um obstáculo, pois o produtor necessita que o estabelecimento da lavoura ocorra de maneira rápida, síncrona e uniforme assim que as condições de umidade, temperatura e luz sejam fornecidas.
No contexto do agronegócio brasileiro, a superação da dormência é uma prática fundamental, especialmente em culturas de forrageiras (como as do gênero Brachiaria e Panicum), espécies florestais, frutíferas e algumas hortaliças. Sem a intervenção técnica para “despertar” a semente, o lote pode apresentar uma germinação lenta e desuniforme ao longo do tempo. Isso resulta em falhas no estande, plantas em diferentes estágios fenológicos dificultando o manejo, e abre espaço para a competição com plantas daninhas, comprometendo a produtividade final.
Os métodos para realizar a quebra de dormência variam de acordo com a causa do bloqueio, que pode ser física (tegumento impermeável), fisiológica (desequilíbrio hormonal) ou morfológica (embrião imaturo). As técnicas buscam, em geral, facilitar a entrada de água e oxigênio na semente ou alterar o balanço de inibidores e promotores de crescimento, permitindo que o processo metabólico de germinação se inicie imediatamente após o plantio.
Diversidade de Métodos: Existem diferentes técnicas aplicáveis, incluindo a escarificação mecânica (lixamento ou atrito), escarificação química (uso de ácidos), estratificação (exposição a temperaturas específicas) e imersão em água quente.
Especificidade Biológica: O método de quebra deve ser escolhido com base na espécie e no tipo de dormência (primária ou secundária, endógena ou exógena), pois um tratamento inadequado pode ser ineficaz ou letal para o embrião.
Ação no Tegumento: Em muitos casos, como em leguminosas e forrageiras, a característica principal do tratamento é romper a impermeabilidade da casca da semente, permitindo a absorção de água (imbebição).
Alteração Fisiológica: Para dormências internas, o processo caracteriza-se pela necessidade de remover substâncias inibidoras ou estimular a produção de hormônios de crescimento, muitas vezes simulando a passagem do tempo ou estações do ano.
Impacto na Uniformidade: A principal característica agronômica resultante é a sincronização da emergência das plântulas, garantindo que a lavoura se desenvolva de forma homogênea.
Diferença entre Dormência e Morte: É crucial distinguir sementes dormentes de sementes mortas ou não viáveis; sementes dormentes estão vivas e sadias, apenas bloqueadas, enquanto as não viáveis não germinarão sob nenhuma circunstância.
Riscos da Escarificação Mecânica: Ao realizar a escarificação mecânica, deve-se ter cautela para não danificar o embrião, o que reduziria o vigor ou mataria a semente, tornando o lote inutilizável.
Segurança na Escarificação Química: O uso de ácidos (como o sulfúrico) para quebra de dormência exige equipamentos de proteção individual (EPIs) rigorosos e conhecimento técnico, devido ao alto risco de acidentes e corrosão.
Armazenamento Pós-Tratamento: Sementes que passaram por processos de quebra de dormência, especialmente a escarificação, tendem a ter sua longevidade reduzida e ficam mais expostas a patógenos, devendo ser semeadas o mais breve possível.
Legislação e Comercialização: No Brasil, a comercialização de sementes segue padrões do Ministério da Agricultura (MAPA), que estabelece limites aceitáveis de sementes dormentes em um lote, influenciando o valor cultural (VC) do produto.
Testes de Laboratório: Antes de decidir pelo método de quebra em larga escala, recomenda-se realizar testes de germinação e tetrazólio em laboratório para diagnosticar corretamente o tipo de dormência e a viabilidade do lote.
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