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O que é Ramulária No Algodão

A Ramulária, tecnicamente conhecida como mancha de ramulária ou falso-oídio, é uma doença fúngica causada pelo patógeno Ramularia gossypii (anteriormente classificado como Ramularia areola). No cenário atual da cotonicultura brasileira, ela é considerada o principal desafio fitossanitário da cultura, especialmente na região do Cerrado (Centro-Oeste), que concentra a maior parte da produção nacional. Embora historicamente fosse considerada uma doença secundária, restrita ao final do ciclo nas regiões tradicionais, a mudança dos sistemas de produção e as condições climáticas favoreceram sua ocorrência durante todo o ciclo de desenvolvimento da planta.

A doença ataca principalmente as folhas do algodoeiro, mas também pode incidir sobre as maçãs. O fungo provoca lesões que evoluem para a necrose e queda prematura das folhas (desfolha severa). Essa perda de área foliar reduz drasticamente a capacidade fotossintética da planta, comprometendo o enchimento das maçãs e, consequentemente, diminuindo o peso e a qualidade da fibra produzida. Em cultivares suscetíveis e sem o manejo adequado, as perdas de produtividade podem chegar a 75%.

A epidemiologia da Ramulária está intimamente ligada ao “Triângulo da Doença”, dependendo da interação entre o hospedeiro (algodão e plantas tiguera), o patógeno virulento e um ambiente favorável. O fungo possui alta capacidade de esporulação e disseminação pelo vento, sobrevivendo em restos culturais, o que exige do produtor uma estratégia de manejo integrado robusta e constante monitoramento da lavoura.

Principais Características

  • Agente Causal: O fungo responsável é o Ramularia gossypii, que apresenta alta variabilidade genética e capacidade de adaptação às condições das lavouras brasileiras.

  • Sintomatologia Visual: As lesões iniciais são pequenas, angulares (delimitadas pelas nervuras) e de coloração branca ou azulada na face inferior da folha, apresentando um aspecto pulverulento (parecido com talco ou mofo).

  • Evolução da Lesão: Com o avanço da infecção, as manchas tornam-se amareladas e necróticas, podendo coalescer (se unir) e tomar grande parte do limbo foliar, levando à queda da folha.

  • Local de Incidência: A infecção geralmente começa no baixeiro (parte inferior da planta), onde o microclima é mais úmido, progredindo verticalmente para o terço médio e superior.

  • Condições Climáticas Favoráveis: O desenvolvimento do fungo é otimizado em ambientes com alta umidade relativa do ar, chuvas frequentes e temperaturas médias entre 25°C e 30°C.

  • Disseminação: A propagação ocorre principalmente através do vento, que transporta os esporos (conídios) para plantas sadias, e também por respingos de chuva.

Importante Saber

  • Monitoramento do Baixeiro: Como a doença se inicia nas folhas mais velhas devido ao microclima úmido, as vistorias devem focar rigorosamente na parte inferior das plantas para detecção precoce.

  • Controle de Plantas Daninhas e Tiguera: O algodão voluntário (tiguera) atua como uma “ponte verde”, hospedando o fungo na entressafra e fornecendo inóculo inicial para a próxima safra; sua eliminação é crucial.

  • Impacto na Produtividade: A desfolha precoce causada pela Ramulária interrompe o ciclo de enchimento das maçãs, resultando em fibras mais curtas, menos resistentes e menor peso final do capulho.

  • Manejo de Resistência: O uso exclusivo e repetitivo de um mesmo mecanismo de ação de fungicidas pode selecionar populações resistentes do fungo; a rotação de princípios ativos é fundamental.

  • Influência do Espaçamento: Plantios muito adensados dificultam a aeração e a penetração de defensivos no baixeiro, criando um ambiente ideal para a proliferação rápida da doença.

  • Escolha de Cultivares: A utilização de variedades com resistência genética ou tolerância à Ramulária é uma das ferramentas mais eficientes e econômicas dentro do Manejo Integrado de Doenças.

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