Manejo do Picão-Preto: Como Evitar Resistência na Lavoura
Picão-preto: Entenda como controlar essa planta daninha e impedir que se torne um problema ainda maior na lavoura.
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A resistência ao glifosato é a capacidade herdável de uma planta daninha de sobreviver e se reproduzir após a exposição a uma dose desse herbicida que seria letal para uma população normal (suscetível) da mesma espécie. Esse fenômeno biológico não é criado pelo produto químico, mas sim resultado de um processo de seleção natural acelerado pelo manejo agrícola. O uso contínuo e repetitivo do glifosato, impulsionado principalmente pela adoção massiva de culturas geneticamente modificadas (tecnologia RR) e pela falta de rotação de mecanismos de ação, elimina as plantas suscetíveis e permite que indivíduos com mutações genéticas de resistência sobrevivam, multipliquem-se e dominem a área.
No contexto do agronegócio brasileiro, a resistência representa um dos maiores desafios fitossanitários atuais, impactando diretamente a rentabilidade do produtor. Estima-se que o manejo de plantas resistentes, como a buva (Conyza sp.) e o capim-amargoso (Digitaria insularis), gere prejuízos bilionários anuais à sojicultura nacional. A presença dessas plantas exige mudanças drásticas no sistema de produção, pois a ferramenta que antes oferecia controle total e baixo custo já não é suficiente isoladamente, demandando estratégias mais complexas e onerosas para evitar a competição por água, luz e nutrientes com a cultura comercial.
Seleção impulsionada pela pressão de uso contínuo e exclusivo de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação (EPSPs) em safras sucessivas.
Caráter hereditário, permitindo que a característica de resistência seja transmitida para as gerações futuras através da alta produção de sementes.
Ocorrência frequente de resistência múltipla, onde uma planta pode tolerar o glifosato e simultaneamente outros grupos químicos, como inibidores da ALS ou da ACCase.
Ausência de diferenças visuais morfológicas imediatas entre plantas resistentes e suscetíveis antes da aplicação do defensivo.
Capacidade de sobrevivência e rebrote vigoroso, especialmente em plantas perenizadas com estruturas de reserva (como rizomas no capim-amargoso), mesmo após aplicações nas doses recomendadas.
A rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação é a estratégia mais eficaz para retardar a seleção de novos biótipos resistentes e manejar os já existentes.
O manejo na entressafra é crucial, pois controlar plantas daninhas em estágios iniciais é mais eficiente e barato do que tentar combater plantas adultas e perenizadas dentro da cultura instalada.
A limpeza rigorosa de máquinas e implementos agrícolas é vital para evitar a disseminação de sementes resistentes, como o caso do picão-preto resistente identificado em fronteiras agrícolas.
O custo de produção em áreas infestadas com espécies resistentes ao glifosato pode aumentar drasticamente, chegando a custar quatro vezes mais do que em áreas sem resistência, devido à necessidade de herbicidas alternativos e aplicações sequenciais.
O monitoramento constante da lavoura é necessário para diferenciar falhas de aplicação de casos reais de resistência, permitindo intervenções rápidas antes que as plantas produzam sementes.
A integração de métodos de controle, como o uso de plantas de cobertura para supressão física (palhada) e o controle cultural, é indispensável para reduzir a dependência exclusiva do controle químico.
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