Manejo Integrado de Pragas: Reduza Aplicações e Custos na Lavoura
Você sabia que é possível reduzir em até 68% suas aplicações com o manejo integrado de pragas. Saiba como isso é possível!
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A resistência a inseticidas é um fenômeno evolutivo e genético no qual uma população de pragas adquire a capacidade de sobreviver a doses de defensivos químicos que seriam letais para a maioria dos indivíduos daquela mesma espécie. No contexto do agronegócio brasileiro, caracterizado por climas tropicais e sistemas de produção intensivos (como a sucessão soja-milho), esse processo ocorre através da pressão de seleção. Quando o produtor utiliza repetidamente produtos com o mesmo mecanismo de ação, os insetos suscetíveis são eliminados, restando apenas os indivíduos que possuem genes de resistência. Estes sobreviventes se reproduzem e transmitem essa característica para as próximas gerações, tornando a população da praga progressivamente imune àquele controle químico.
Este problema representa um dos maiores desafios técnicos e econômicos para a agricultura moderna. A perda de eficácia das moléculas disponíveis no mercado não apenas compromete a produtividade da lavoura, permitindo danos severos por pragas como a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) ou percevejos, mas também eleva drasticamente os custos de produção. O agricultor muitas vezes se vê forçado a aumentar o número de aplicações ou as dosagens, o que gera um ciclo vicioso de ineficiência e desequilíbrio ambiental. Além dos defensivos pulverizados, a resistência também afeta a durabilidade de tecnologias de plantas geneticamente modificadas (culturas Bt), exigindo estratégias rigorosas de manejo para sua preservação.
Hereditariedade: A resistência é uma característica genética transmitida de pais para filhos; uma vez que os indivíduos resistentes se tornam predominantes, a população inteira passa a carregar esses genes.
Mecanismo de Ação Específico: A resistência geralmente se desenvolve contra o modo como o veneno atua no organismo do inseto (sítio de ação), e não necessariamente contra a marca do produto.
Resistência Cruzada: Uma praga pode desenvolver resistência a um ingrediente ativo e, automaticamente, tornar-se resistente a outros produtos químicos que atuam no mesmo sítio alvo, mesmo que nunca tenha sido exposta a eles.
Velocidade de Evolução: Em climas tropicais como o do Brasil, onde as pragas têm múltiplos ciclos de vida por ano, a resistência pode se desenvolver muito rapidamente se não houver manejo adequado.
Custo Adaptativo: Muitas vezes, os insetos resistentes possuem alguma desvantagem biológica (como menor capacidade reprodutiva) em comparação aos suscetíveis, o que pode permitir a reversão da resistência se o uso do produto for suspenso por um tempo.
Rotação de Modos de Ação: Para evitar a resistência, é crucial rotacionar inseticidas com diferentes mecanismos de ação (códigos IRAC diferentes), e não apenas alternar nomes comerciais ou marcas.
Diagnóstico Correto: Nem toda falha de controle é resistência; problemas na tecnologia de aplicação (bicos, vazão, condições climáticas) ou momento errado de aplicação devem ser descartados antes de assumir que a praga é resistente.
Papel do MIP: O Manejo Integrado de Pragas é a ferramenta mais eficaz para retardar a resistência, pois reduz a pressão de seleção ao integrar controle biológico, cultural e o uso de químicos apenas quando o Nível de Controle é atingido.
Áreas de Refúgio: No caso de culturas transgênicas (Bt), o plantio de áreas de refúgio (plantas não-Bt) é obrigatório e essencial para manter uma população de insetos suscetíveis que diluam os genes de resistência no campo.
Monitoramento Constante: Acompanhar a eficácia das aplicações é vital; se um produto que funcionava bem começar a apresentar falhas frequentes em doses recomendadas, deve-se consultar um agrônomo imediatamente para ajustar a estratégia.
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