Área de Refúgio: O que é e Por que Ela é Essencial para Proteger sua Lavoura Bt
Área de Refúgio: Saiba como adotar em sua fazenda e tire também suas dúvidas sobre a tecnologia Bt. Confira!
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A resistência de pragas é a capacidade evolutiva adquirida por uma população de insetos de sobreviver e se reproduzir após a exposição a medidas de controle que anteriormente eram letais, como inseticidas químicos ou plantas geneticamente modificadas (tecnologia Bt). No cenário do agronegócio brasileiro, caracterizado por sistemas de produção intensivos com “pontes verdes” e múltiplas safras anuais, a resistência é um dos maiores desafios fitossanitários, pois coloca em risco a longevidade de tecnologias essenciais para a proteção das lavouras.
O fenômeno ocorre através de um processo de seleção natural impulsionado pelo manejo inadequado. Quando uma mesma ferramenta de controle — seja um princípio ativo químico ou uma proteína Bt — é utilizada de forma contínua e exclusiva, ela elimina os insetos suscetíveis, mas permite a sobrevivência de indivíduos raros que possuem genes de resistência. Com o tempo, esses indivíduos resistentes se multiplicam e passam a dominar a população da área, resultando na falha do controle e em prejuízos severos, que podem comprometer até 40% da produtividade se não houver intervenção estratégica.
Base Genética e Hereditária: A resistência é transmitida dos pais para os descendentes, o que significa que uma vez estabelecida na população, ela tende a aumentar exponencialmente a cada geração se a pressão de seleção continuar.
Pressão de Seleção: É acelerada pelo uso repetitivo do mesmo mecanismo de ação, sem a rotação de tecnologias ou a adoção de áreas de refúgio.
Perda de Eficácia: Manifesta-se na prática pela sobrevivência de lagartas e outros insetos-alvo mesmo após a aplicação correta de defensivos ou o plantio de sementes com biotecnologia.
Necessidade de Diluição: Para combater a resistência, é fundamental manter uma população de insetos suscetíveis (vulneráveis) no ambiente para cruzar com os resistentes, diluindo os genes de resistência.
Especificidade: A resistência pode ocorrer contra uma proteína específica (como Cry ou Vip) ou um grupo químico, exigindo conhecimento técnico para a escolha das ferramentas de manejo.
Adoção da Área de Refúgio: É a principal estratégia de Manejo de Resistência de Insetos (MRI) para culturas Bt. Consiste no plantio de sementes convencionais (não-Bt) em uma parte da lavoura para garantir a reprodução de insetos suscetíveis.
Percentuais Recomendados: No Brasil, a recomendação técnica para a área de refúgio é de 10% da área total para a cultura do milho e 20% para soja, algodão e cana-de-açúcar.
Distância Máxima: Para que o cruzamento entre insetos resistentes e suscetíveis ocorra efetivamente, a área de refúgio deve estar a uma distância máxima de 800 metros da lavoura com tecnologia Bt.
Manejo no Refúgio: O controle de pragas na área de refúgio não deve eliminar totalmente a população de insetos; o uso excessivo de inseticidas nesta área anula seu propósito de ser uma “fábrica” de insetos suscetíveis.
Risco Econômico e Tecnológico: Ignorar o manejo da resistência pode levar à perda total da eficiência de tecnologias transgênicas em poucas safras, obrigando o produtor a retornar a métodos de controle mais caros e trabalhosos.
Monitoramento Constante: A observação frequente da lavoura é crucial para identificar falhas de controle precocemente, diferenciando problemas de aplicação de casos reais de resistência.
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