Mela do Algodoeiro: O Guia Completo para Identificar, Prevenir e Controlar
Mela do Algodoeiro: principais sintomas da doença, manejos preventivos e outras recomendações de controle para sua lavoura.
1 artigo encontrado com a tag " Rhizoctonia Solani"
Rhizoctonia solani (Kuhn) é um fungo habitante do solo, considerado um dos patógenos mais versáteis e destrutivos para a agricultura brasileira. Ele atua principalmente como causador de doenças em estágios iniciais de desenvolvimento das plantas, afetando a germinação e a emergência de plântulas. Na cultura do algodoeiro, especificamente o grupo de anastomose AG4, este patógeno é o agente responsável por enfermidades severas como o tombamento (damping-off) e a mela do algodoeiro. Sua fase sexuada (teleomorfa), responsável pela produção de esporos para multiplicação, é conhecida cientificamente como Thanatephorus cucumeris.
A grande dificuldade no manejo deste fungo reside na sua capacidade de sobrevivência. O Rhizoctonia solani produz estruturas de resistência chamadas escleródios, que permitem que o microrganismo permaneça viável no solo por longos períodos, mesmo em condições adversas ou na ausência de uma planta hospedeira. Quando as condições de umidade e temperatura se tornam favoráveis — geralmente em épocas chuvosas e quentes — o fungo retoma sua atividade, atacando sementes, raízes e a parte aérea de plantas jovens, comprometendo o estande da lavoura e a rentabilidade do produtor.
No contexto do agronegócio brasileiro, a presença deste patógeno é relatada em grandes polos produtores, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia. O impacto econômico é direto, pois o ataque do fungo frequentemente resulta na morte de plântulas, obrigando o agricultor a realizar a operação de ressemeadura, o que eleva significativamente os custos de produção e altera o planejamento da safra.
Sobrevivência no Solo: Possui alta capacidade de persistência no ambiente através da formação de escleródios, estruturas duras e resistentes que aguardam condições ideais para germinar.
Condições Climáticas Favoráveis: O desenvolvimento do fungo é acelerado em ambientes com alta umidade relativa (acima de 80%) e temperaturas que variam entre 25°C e 30°C.
Versatilidade de Sintomas: No algodão, pode causar tanto o “tombamento” (lesões no colo e raízes) quanto a “mela” (lesões oleosas e destruição dos cotilédones e folhas iniciais).
Disseminação: Pode ser espalhado mecanicamente através de máquinas e implementos agrícolas que transportam solo contaminado entre talhões ou propriedades.
Fase Teleomorfa: Além da forma micelial comum no solo, possui a fase reprodutiva sexuada (Thanatephorus cucumeris), que produz basidiósporos, ampliando seu potencial de infecção.
Diferenciação de Sintomas: É crucial distinguir a manifestação da doença: na mela, o ataque foca nos cotilédones (aspecto de anasarca/encharcamento), enquanto no tombamento, a lesão ocorre na base do caule e raízes.
Prevenção como Prioridade: Devido à dificuldade de controle curativo (fungo de solo), o manejo deve ser preventivo, focando no uso de sementes certificadas e tratamento de sementes com fungicidas específicos.
Manejo Cultural: A rotação de culturas, especialmente com gramíneas, e evitar o plantio em solos encharcados ou compactados são estratégias essenciais para reduzir a pressão do inóculo.
Risco de Monocultivo: O plantio sucessivo da mesma cultura (como algodão sobre algodão) favorece o aumento da população do patógeno na área, tornando os surtos mais frequentes e severos.
Higiene Operacional: A limpeza rigorosa de maquinários é uma barreira sanitária fundamental para evitar a introdução do Rhizoctonia solani em áreas ainda isentas do fungo.
Ajude outros produtores compartilhando este conteúdo sobre Rhizoctonia Solani