Mancha Parda: Identificação e Controle na Soja, Arroz e Outras Culturas
Saiba como identificar e controlar a mancha parda na soja, arroz e outras culturas. Conheça as estratégias de manejo e os fungicidas mais eficazes.
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A Septoriose, frequentemente denominada no Brasil como Mancha Parda quando incidente na cultura da soja, é uma doença fúngica de grande importância econômica causada pelo patógeno Septoria glycines. Trata-se de uma das enfermidades mais disseminadas nas regiões produtoras de grãos do país, sendo considerada uma doença de final de ciclo (DFC), embora a infecção inicial ocorra frequentemente nos estádios vegetativos iniciais da planta.
A doença caracteriza-se por ser necrotrófica, ou seja, o fungo possui a capacidade de sobreviver em restos culturais (palhada) de uma safra para outra, o que torna o manejo do solo e a rotação de culturas fatores críticos. Em condições climáticas favoráveis, típicas do verão brasileiro — com alta umidade e temperaturas elevadas —, o patógeno se desenvolve rapidamente, comprometendo a área foliar fotossinteticamente ativa e acelerando a maturação da cultura, o que impacta diretamente o enchimento de grãos.
Embora o termo “Mancha Parda” seja utilizado genericamente para descrever sintomas visuais semelhantes em diversas culturas, como no arroz (Bipolaris oryzae), a designação técnica “Septoriose” refere-se especificamente à infecção pelo gênero Septoria. Na agronomia, a distinção correta é fundamental para a escolha das estratégias de manejo, visto que a epidemiologia e a sensibilidade a fungicidas variam conforme o agente causal específico.
Agente Causal: Na soja, é provocada pelo fungo Septoria glycines, que sobrevive no micélio ou em picnídios presentes nos restos culturais e sementes infectadas.
Sintomatologia Visual: Inicia-se com pontuações pardas (< 1 mm) que evoluem para manchas angulares maiores (1 a 3 mm) de coloração castanha a avermelhada, frequentemente circundadas por um halo amarelado.
Progressão na Planta: A doença tipicamente começa nos trifólios inferiores (baixeiro) e progride para o topo da planta, movida por respingos de chuva e vento.
Condições Favoráveis: O desenvolvimento é otimizado em ambientes com alta umidade relativa e temperaturas situadas na faixa de 25 °C, comuns em anos chuvosos.
Impacto Fisiológico: Causa intensa desfolha precoce, começando pela base, o que reduz drasticamente a capacidade da planta de realizar fotossíntese durante o enchimento de grãos.
Diferenciação de Culturas: É crucial não confundir a Septoriose da soja com a “Mancha Parda” do arroz; embora os nomes populares sejam idênticos, os fungos e o manejo são distintos.
Momento Crítico: A doença tende a se agravar a partir do estádio reprodutivo R5 (início do enchimento de grãos), momento em que a planta está drenando energia para as vagens e fica mais vulnerável.
Potencial de Dano: Em situações de descontrole e condições climáticas favoráveis ao fungo, as perdas de produtividade podem chegar a 30% devido à redução do peso final dos grãos.
Fonte de Inóculo: Como o fungo sobrevive na palhada, o plantio direto sobre monocultura de soja sem rotação adequada aumenta a pressão da doença logo no início do ciclo.
Monitoramento: A identificação deve ser feita observando-se primeiramente as folhas do baixeiro cerca de duas semanas após a emergência ou infecção, buscando por manchas com halos amarelados.
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