Sequestro de Carbono na Agricultura: Como Reduzir Emissões e Gerar Nova Renda
Sequestro de carbono na agricultura: saiba quais são as melhores práticas e como lucrar com isso
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O sequestro de carbono na agricultura é o processo técnico de remoção do dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e seu armazenamento seguro e de longo prazo no sistema solo-planta. Esse mecanismo ocorre fundamentalmente através da fotossíntese, onde as culturas capturam o CO2 atmosférico e o convertem em biomassa e fotoassimilados. Parte desse carbono é alocada nas estruturas vegetais (folhas, caules, raízes) e, após a senescência ou colheita, os resíduos orgânicos são decompostos e incorporados ao solo, transformando-se em matéria orgânica estável.
No contexto do agronegócio brasileiro, o sequestro de carbono representa uma estratégia dupla: ambiental e econômica. Agronomicamente, o aumento do carbono no solo melhora a retenção de água, a estruturação física e a disponibilidade de nutrientes, tornando as lavouras mais resilientes a eventos climáticos extremos, como secas e geadas. Economicamente, a prática insere o produtor no mercado de Créditos de Carbono e atende às demandas globais por práticas ESG (Ambiental, Social e Governança), permitindo a monetização dos serviços ambientais prestados pela fazenda e a valorização dos produtos agrícolas no mercado internacional.
Balanço Positivo de Carbono: Ocorre apenas quando a taxa de entrada de carbono no sistema (via biomassa e raízes) é superior à taxa de perda (via respiração microbiana e oxidação).
Papel da Matéria Orgânica: O solo atua como o principal reservatório, onde cerca de 15% a 25% do carbono dos resíduos vegetais é convertido em carbono orgânico estável.
Dependência do Manejo: Práticas conservacionistas, como o Sistema de Plantio Direto e a manutenção de cobertura do solo, são essenciais para evitar a liberação do carbono estocado.
Mitigação de GEE: Atua diretamente na redução da concentração de Gases de Efeito Estufa na atmosfera, combatendo as mudanças climáticas.
Ciclo Biológico: Envolve a interação complexa entre plantas, exsudatos radiculares e a microbiota do solo para a fixação do carbono.
O revolvimento do solo (aração e gradagem) expõe a matéria orgânica ao oxigênio, acelerando sua decomposição e liberando o carbono sequestrado de volta para a atmosfera, anulando os ganhos ambientais.
Para comercializar créditos de carbono, não basta apenas adotar boas práticas; é necessário realizar medições auditáveis e seguir metodologias certificadas internacionalmente.
A adoção de sistemas como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) potencializa significativamente a capacidade de sequestro de carbono por hectare.
Além da receita direta com a venda de créditos, a comprovação de “carbono neutro” ou “carbono negativo” é uma poderosa ferramenta de marketing para agregar valor a commodities e produtos especiais, como o café.
O Governo Federal incentiva essas práticas através de linhas de crédito específicas, como o Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), facilitando o investimento em tecnologias sustentáveis.
A construção de um perfil de solo rico em carbono é um processo de médio a longo prazo, exigindo persistência e monitoramento constante das práticas agrícolas.
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