O que é Sintomas Da Ramulária

Os sintomas da ramulária referem-se às manifestações visuais e fisiológicas provocadas pelo fungo Ramularia gossypii (anteriormente classificado como R. aureola) na cultura do algodão. Conhecida popularmente como falso-oídio ou mancha de ramulária, a identificação correta destes sinais é fundamental para o manejo fitossanitário, uma vez que a doença evoluiu de um problema secundário para se tornar o principal desafio fúngico nas lavouras brasileiras, especialmente na região Centro-Oeste.

A detecção dos sintomas ocorre predominantemente nas folhas do algodoeiro, embora a doença também possa afetar as maçãs em casos severos. O reconhecimento precoce é vital, pois o fungo causa a necrose do tecido foliar e acelera a desfolha precoce, o que reduz a capacidade fotossintética da planta. No contexto do agronegócio brasileiro, onde o sistema de produção e o clima favorecem a permanência do patógeno, confundir os sintomas da ramulária com outras doenças ou deficiências nutricionais pode levar a perdas significativas na produtividade e no comprometimento da qualidade da fibra.

Historicamente, os sintomas apareciam apenas no final do ciclo da cultura. No entanto, com a expansão das áreas de plantio e a presença de pontes verdes (como o algodão tiguera), os sinais da doença podem agora ser observados durante todo o ciclo produtivo. A compreensão detalhada da sintomatologia permite ao produtor e ao agrônomo tomarem decisões rápidas sobre o controle químico e cultural, evitando que a infecção atinja níveis de dano econômico irreversíveis.

Principais Características

  • Lesões Angulares: Os sintomas iniciais manifestam-se como pequenas manchas com formato angular, variando geralmente entre 1 mm e 3 mm de diâmetro.

  • Delimitação pelas Nervuras: Uma característica marcante para diagnose é que as lesões respeitam as nervuras da folha, o que confere o aspecto geométrico às manchas.

  • Evolução da Coloração: As lesões começam com uma coloração esbranquiçada e, conforme a infecção avança e o tecido necrosa, tornam-se amareladas ou necróticas.

  • Aspecto Pulverulento: Na face inferior (abaxial) da folha, as lesões apresentam um aspecto de pó branco, que corresponde à esporulação do fungo, facilitando a diferenciação de outras manchas foliares.

  • Ocorrência Bilateral: Os sintomas são visíveis em ambas as faces da folha, tanto na parte superior quanto na inferior, o que auxilia no monitoramento de campo.

  • Início no Baixeiro: A doença tende a começar nas folhas mais velhas, na parte inferior da planta (baixeiro), onde se forma um microclima úmido favorável ao fungo, progredindo verticalmente para o topo.

Importante Saber

  • Condições Predisponentes: A severidade dos sintomas aumenta drasticamente em ambientes com alta umidade relativa, chuvas frequentes e temperaturas entre 25°C e 30°C, comuns no verão do Centro-Oeste.

  • Microclima da Lavoura: Plantios muito adensados favorecem o abafamento e a umidade entre as linhas, acelerando o aparecimento dos sintomas e a esporulação do patógeno.

  • Confusão com Outras Doenças: É crucial diferenciar a ramulária de outras manchas foliares; o aspecto pulverulento branco na face inferior é o principal sinal distintivo do Ramularia gossypii.

  • Papel do Algodão Tiguera: Plantas voluntárias (tiguera) que apresentam sintomas fora da safra servem como reservatório de inóculo, garantindo que a doença infecte precocemente a nova lavoura.

  • Impacto na Fibra: A desfolha causada pela evolução dos sintomas impede o enchimento completo das maçãs, resultando em fibras mais curtas e menos resistentes (micronaire alterado).

  • Monitoramento Constante: A vistoria deve focar inicialmente no terço inferior das plantas, pois quando os sintomas são visíveis no ponteiro, a infestação já está em estágio avançado e de difícil controle.

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