Mancha Parda: Identificação e Controle na Soja, Arroz e Outras Culturas
Saiba como identificar e controlar a mancha parda na soja, arroz e outras culturas. Conheça as estratégias de manejo e os fungicidas mais eficazes.
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A identificação de sintomas de doenças na soja refere-se ao processo técnico de reconhecimento visual das alterações fisiológicas e morfológicas que a planta apresenta quando atacada por patógenos, principalmente fungos, bactérias ou vírus. No contexto da agricultura brasileira, onde o clima tropical favorece a proliferação de microrganismos, a diagnose correta e precoce é um pilar fundamental do Manejo Integrado de Doenças (MID). Os sintomas são a resposta visível da planta à infecção e variam drasticamente dependendo do agente causal, do estádio fenológico da cultura e das condições ambientais.
Muitas doenças, como a Mancha Parda (Septoriose), manifestam-se inicialmente nas folhas, causando lesões necróticas, cloroses (amarelamento) e desfolha prematura. Entender a sintomatologia envolve observar não apenas a mancha em si, mas sua localização na planta (terço inferior, médio ou superior), o formato da lesão, a presença de halos e a evolução do quadro ao longo do tempo. A confusão entre sintomas de diferentes doenças ou mesmo com fitotoxidez pode levar a erros na escolha do manejo, resultando em prejuízos econômicos significativos.
Portanto, o estudo dos sintomas não é apenas uma questão acadêmica, mas uma ferramenta prática de campo. Ele permite ao produtor e ao agrônomo avaliar a severidade da infecção e tomar decisões assertivas sobre o momento de aplicação de fungicidas ou outras medidas de controle, visando proteger o potencial produtivo da lavoura, especialmente durante as fases críticas de enchimento de grãos.
Evolução das Lesões: Os sintomas geralmente começam de forma discreta. No caso da Mancha Parda (Septoria glycines), iniciam-se como pequenas pontuações pardas (menos de 1 mm) que evoluem para manchas angulares maiores (1 a 3 mm) com contornos definidos.
Padrão de Coloração: A observação das cores é crucial para o diagnóstico. Muitas doenças fúngicas apresentam um centro necrótico (pardo ou acinzentado) circundado por um halo amarelado, indicando a reação da planta e a expansão do fungo nos tecidos.
Localização Inicial: Doenças como a Septoriose tendem a iniciar a infecção nos trifólios inferiores (baixeiro) da planta, onde a umidade é maior e há proximidade com o inóculo presente nos restos culturais, progredindo verticalmente para o topo.
Desfolha Prematura: Um sintoma avançado e severo é a queda das folhas antes da maturação fisiológica. A perda de área foliar reduz a capacidade fotossintética da planta, impactando diretamente o peso e a qualidade dos grãos.
Sinais Associados: Além da mancha visual, é comum observar alterações na face inferior da folha. Na Mancha Parda, por exemplo, o centro da lesão pode apresentar uma coloração rosada na parte de baixo, diferenciando-a de outras patologias.
Monitoramento do Baixeiro: A inspeção deve começar pelas folhas mais baixas, pois é onde os primeiros sintomas de doenças de final de ciclo, como a Mancha Parda, costumam aparecer cerca de duas semanas após a infecção.
Influência Climática: A severidade dos sintomas está diretamente ligada ao clima. Anos com alta pluviosidade e temperaturas acima de 25°C aceleram a evolução das manchas e a desfolha, exigindo intervalos de monitoramento mais curtos.
Estádio Crítico (R5): A planta de soja fica mais vulnerável e os sintomas tendem a se agravar a partir do início do enchimento de grãos (R5). O controle ineficiente nesta fase pode resultar em perdas de produtividade de até 30%.
Fonte de Inóculo: A presença de sintomas precoces muitas vezes indica que o fungo sobreviveu na palhada (restos culturais) da safra anterior ou foi introduzido por sementes infectadas, reforçando a necessidade de rotação de culturas e tratamento de sementes.
Diferenciação de Doenças: É vital distinguir a Mancha Parda de outras doenças foliares, como a Mancha Alvo ou a Ferrugem Asiática, pois, embora os sintomas gerais (manchas e desfolha) sejam parecidos, as estratégias de manejo e os fungicidas ideais podem variar.
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