Míldio na Lavoura: Guia Completo para Identificar e Controlar a Doença
Míldio: Veja as principais características e sintomas dessa doença, além de todas as formas de controle para evitar prejuízos na sua lavoura.
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Os sintomas do míldio referem-se ao conjunto de manifestações visuais e fisiológicas que as plantas apresentam quando infectadas por oomicetos, um grupo de patógenos semelhantes aos fungos, como os gêneros Plasmopara, Peronospora e Sclerospora. No contexto do agronegócio brasileiro, a identificação correta desses sinais é crucial, pois a doença ataca diversas culturas de importância econômica, como soja, milho, sorgo e videira, prosperando especialmente em condições de alta umidade e temperaturas amenas. A doença afeta primariamente a área foliar, comprometendo a capacidade fotossintética da planta e, consequentemente, o enchimento de grãos e a produtividade final.
A manifestação clássica da doença segue um padrão distinto nas folhas: na face superior (adaxial), surgem manchas de coloração verde-clara a amarelada, muitas vezes com aspecto oleoso, conhecidas como manchas de óleo em algumas culturas. Simultaneamente, na face inferior (abaxial), desenvolve-se uma eflorescência esbranquiçada ou acinzentada, que se assemelha a um mofo. Essa estrutura na parte de baixo da folha corresponde aos esporângios do patógeno, que emergem através dos estômatos para liberar esporos e disseminar a infecção pelo vento ou respingos de chuva.
É fundamental distinguir que os sintomas podem variar entre uma infecção localizada e uma sistêmica, dependendo da cultura e do estágio de desenvolvimento da planta. Enquanto a infecção localizada gera lesões necróticas restritas às folhas, a infecção sistêmica — comum em gramíneas como o sorgo e o milho — ocorre quando o patógeno atinge o meristema apical. Isso resulta em plantas com crescimento reduzido (enfezamento), folhas com estrias cloróticas longas e incapacidade de produzir espigas ou panículas viáveis, podendo levar a perdas severas na lavoura se não manejadas preventivamente.
Manchas Cloróticas na Face Superior: O sintoma inicial mais comum é o aparecimento de manchas verde-claras ou amareladas na parte de cima da folha, que evoluem para tecidos necróticos (mortos) e escuros conforme a doença avança.
Eflorescência na Face Inferior: Na parte de baixo da folha, exatamente sob a mancha amarela, surge um crescimento felpudo de cor branca ou cinza, constituído pelas estruturas reprodutivas do patógeno.
Dependência Climática: Os sintomas tornam-se mais agressivos e visíveis em períodos de alta umidade relativa do ar e temperaturas amenas, condições que favorecem a esporulação do oomiceto.
Infecção Sistêmica (Certas Culturas): Em culturas como sorgo e milho, pode ocorrer o “enfezamento”, onde a planta apresenta internódios curtos, folhas eretas e faixas cloróticas paralelas às nervuras, indicando que o patógeno colonizou o ponto de crescimento.
Necrose Foliar: Em estágios avançados, as lesões coalescem (se unem), causando a seca prematura das folhas e desfolha, o que reduz drasticamente a área disponível para fotossíntese.
Diferença entre Míldio e Oídio: Uma confusão comum no campo é entre míldio e oídio. A regra prática é observar a localização do “mofo”: o míldio apresenta a estrutura pulverulenta preferencialmente na face inferior da folha, enquanto o oídio costuma cobrir a face superior com um pó branco.
Impacto na Produtividade: A presença dos sintomas indica perda de capacidade fotossintética. Em casos severos, como na cultura do sorgo, a infecção sistêmica pode resultar em perdas de até 80% da produção se cultivares suscetíveis forem utilizadas.
Disseminação Rápida: As estruturas brancas visíveis na face inferior são leves e facilmente transportadas pelo vento e água. A identificação dos primeiros sintomas exige ação rápida para evitar que a doença se espalhe por toda a lavoura.
Monitoramento dos Estômatos: A eflorescência ocorre na face inferior porque é onde se concentra a maior parte dos estômatos da planta, portas de saída naturais para o patógeno. O monitoramento deve sempre incluir a virada da folha para inspeção.
Evolução para Necrose: As manchas amareladas iniciais não devem ser ignoradas. Elas são o prelúdio da morte do tecido foliar. Quando a necrose se instala, o dano àquela parte da folha é irreversível.
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