O que é soja

A soja (Glycine max) é uma leguminosa oleaginosa de ciclo anual e representa, atualmente, a principal cultura do agronegócio brasileiro. Considerada o motor da economia agrícola nacional, a produção brasileira supera consistentemente a marca de 120 milhões de toneladas por safra, consolidando o país como o maior produtor e exportador mundial do grão. A cultura é cultivada em diversas regiões do país, desde o Sul até as novas fronteiras agrícolas do Matopiba, demonstrando grande adaptabilidade a diferentes condições edafoclimáticas.

No contexto produtivo, a soja se destaca pelo alto nível tecnológico empregado em seu cultivo. O sistema de produção brasileiro é caracterizado pelo uso intensivo de melhoramento genético e biotecnologia, incluindo sementes geneticamente modificadas para tolerância a herbicidas e resistência a insetos. Além de sua importância econômica direta na venda do grão para produção de farelo, óleo e biodiesel, a soja desempenha um papel fundamental no sistema de plantio direto e na rotação de culturas, sendo frequentemente sucedida pelo milho segunda safra (safrinha).

Principais Características

  • Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN): A planta possui a capacidade de associar-se a bactérias do gênero Bradyrhizobium, que captam o nitrogênio atmosférico e o transformam em nutrientes para a planta, reduzindo drasticamente a necessidade de adubação nitrogenada mineral.

  • Alta Tecnologia Embarcada: A cultura utiliza amplamente eventos biotecnológicos (transgenia) que conferem tolerância a herbicidas (como glifosato e dicamba) e proteção contra lagartas (gêneros Helicoverpa e Spodoptera), facilitando o manejo operacional.

  • Plasticidade Fenotípica: As cultivares modernas possuem diferentes grupos de maturação relativa (GMR) e hábitos de crescimento (determinado ou indeterminado), permitindo o ajuste da semeadura conforme a janela climática e o planejamento da segunda safra.

  • Pressão Fitossanitária Elevada: A cultura é hospedeira de um complexo robusto de pragas e doenças, exigindo monitoramento constante para controle de ferrugem-asiática, manchas foliares, percevejos e lagartas desfolhadoras.

  • Sensibilidade ao Fotoperíodo: Embora o melhoramento genético tenha criado variedades adaptadas a baixas latitudes, a soja responde ao comprimento do dia (fotoperíodo) para induzir o florescimento, o que exige a escolha correta da cultivar para cada latitude e época de plantio.

Importante Saber

  • Manejo de Resistência a Fungicidas: O uso contínuo de fungicidas com o mesmo mecanismo de ação (como triazóis, estrobilurinas e carboxamidas) tem selecionado fungos resistentes, especialmente o causador da ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi). É crucial rotacionar princípios ativos e utilizar multissítios.

  • Monitoramento Integrado de Pragas (MIP): A aplicação de inseticidas deve ser baseada em níveis de controle técnicos e não em calendário fixo. O uso do pano de batida é indispensável para quantificar lagartas e percevejos, preservando inimigos naturais e reduzindo custos.

  • Controle de Plantas Daninhas: Com o surgimento de plantas daninhas resistentes ao glifosato (como buva e capim-amargoso), o produtor deve adotar estratégias de manejo que incluam herbicidas pré-emergentes e novas biotecnologias tolerantes a auxinas sintéticas (como dicamba ou 2,4-D), respeitando as tecnologias de aplicação para evitar deriva.

  • Vazio Sanitário: O respeito ao período de vazio sanitário (ausência de plantas vivas de soja no campo) é obrigatório e fundamental para quebrar o ciclo do fungo da ferrugem-asiática, reduzindo o inóculo inicial para a safra seguinte.

  • Refúgio Estruturado: Para garantir a longevidade das tecnologias Bt (resistentes a insetos), é mandatório o plantio de áreas de refúgio com soja não-Bt, permitindo a sobrevivência de insetos suscetíveis e retardando a evolução da resistência das pragas.

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