Dicamba e *Amaranthus palmeri*: Um Guia Completo para o Manejo Seguro e Eficaz
Ervas daninhas: Principais informações e atualizações para que você possa fazer o melhor manejo da sua lavoura.
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A soja tolerante a dicamba é uma tecnologia agrícola desenvolvida por meio de melhoramento genético e biotecnologia, que confere à cultura da soja a capacidade de resistir à aplicação do herbicida dicamba. O dicamba pertence ao grupo das auxinas sintéticas, herbicidas que mimetizam hormônios de crescimento das plantas, causando um desenvolvimento desordenado que leva à morte de ervas daninhas de folhas largas (dicotiledôneas). Historicamente, o uso desse herbicida em pós-emergência na soja era inviável, pois a cultura convencional é altamente sensível a esse princípio ativo.
No contexto do agronegócio brasileiro, essa tecnologia surgiu como uma resposta estratégica à crescente dificuldade no controle de plantas daninhas resistentes ao glifosato e a inibidores da ALS. A introdução dessa característica genética permite que o produtor utilize o dicamba sobre a lavoura estabelecida sem causar fitotoxicidade às plantas de soja, oferecendo um novo mecanismo de ação para o manejo de espécies problemáticas.
A adoção dessa tecnologia é particularmente relevante para o combate de infestantes agressivas, como a buva (Conyza spp.) e o caruru (Amaranthus palmeri), que têm causado prejuízos significativos à produtividade nacional. Ao possibilitar a aplicação de dicamba em pré-plantio e pós-emergência da cultura, o sistema oferece uma janela de manejo mais ampla e eficiente, desde que respeitadas rigorosamente as boas práticas de aplicação para evitar danos a culturas vizinhas sensíveis.
Mecanismo de Ação Auxínico: A tecnologia permite o uso de herbicidas mimetizadores de auxinas, que atuam desregulando o crescimento celular das plantas daninhas, sendo uma alternativa eficaz onde outros mecanismos já apresentam resistência.
Controle de Plantas Resistentes: Apresenta alta eficácia no combate a ervas daninhas de folhas largas complexas, com destaque para biótipos de buva e caruru que já não respondem adequadamente ao glifosato isolado.
Flexibilidade de Aplicação: Permite a pulverização do herbicida tanto no manejo pré-plantio (dessecação) quanto em pós-emergência da soja, facilitando o controle de fluxos de emergência tardios das invasoras.
Seletividade Específica: A modificação genética torna a soja capaz de metabolizar o dicamba, garantindo que a cultura continue seu desenvolvimento normal enquanto as plantas daninhas alvo são eliminadas.
Associação Tecnológica: Geralmente, essa característica de tolerância vem empilhada com a resistência ao glifosato, permitindo o uso combinado ou sequencial de diferentes herbicidas para um manejo mais robusto.
Risco Elevado de Deriva: O dicamba é um produto com alto potencial de deriva e volatilidade. A aplicação exige cuidados extremos para não atingir lavouras vizinhas não tolerantes (como soja convencional, feijão, algodão e hortifrúti), que podem sofrer perdas totais mesmo com baixas concentrações do produto.
Condições Climáticas Restritas: A aplicação não deve ser realizada em temperaturas acima de 29°C, umidade relativa do ar abaixo de 40% ou ventos acima de 16 km/h, devido ao aumento exponencial do risco de evaporação e deriva física.
Atenção à Inversão Térmica: É proibido aplicar o produto em condições de inversão térmica (comum no início da manhã e final da tarde), pois as gotas podem ficar suspensas no ar e se deslocar por longas distâncias antes de atingir o solo.
Tecnologia de Aplicação Específica: É obrigatório o uso de pontas de pulverização com indução de ar que produzam gotas extremamente grossas ou ultra grossas, reduzindo a quantidade de gotas finas “derráveis”.
Limpeza Rigorosa do Tanque: O sistema de pulverização deve passar por uma tríplice lavagem criteriosa após o uso do dicamba, pois resíduos mínimos deixados no tanque podem causar fitotoxicidade severa na próxima cultura a ser pulverizada se esta não for tolerante.
Manejo no Estádio Correto: Para garantir a eficácia máxima e evitar a seleção de novas resistências, o herbicida deve ser aplicado quando as plantas daninhas ainda estão em estágios iniciais de desenvolvimento (pequenas), e não em plantas adultas ou perenizadas.
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