Lagarta-do-Cartucho no Milho: Guia Completo de Identificação e Controle
Spodoptera frugiperda: Veja agora como você pode identificar, monitorar e manejar corretamente essa lagarta na sua lavoura.
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A Spodoptera frugiperda, popularmente conhecida como lagarta-do-cartucho, é a principal praga da cultura do milho no Brasil, afetando severamente tanto a safra de verão quanto a safrinha. Trata-se de um inseto polífago que, em sua fase larval, aloja-se preferencialmente no cartucho da planta — a região de desenvolvimento das folhas novas —, onde encontra proteção e alimento. No entanto, seu potencial destrutivo não se limita a essa área; a praga pode atacar desde a emergência, cortando plântulas rentes ao solo, até as fases reprodutivas, danificando espigas e grãos.
Sua presença representa um dos maiores desafios fitossanitários para o agronegócio brasileiro devido à sua persistência e capacidade de adaptação. Mesmo em lavouras que utilizam sementes com tecnologias de proteção (milho Bt), a ocorrência da lagarta-do-cartucho é frequente, exigindo monitoramento constante. O inseto possui um ciclo de vida rápido e alto potencial reprodutivo, o que pode levar a perdas expressivas de produtividade e rentabilidade se o manejo não for realizado no momento correto e com as estratégias adequadas.
Identificação Visual: A lagarta possui um desenho característico em forma de “Y” invertido na cabeça e três linhas longitudinais branco-amareladas no dorso, facilitando a diferenciação de outras espécies.
Sinais de Ataque: A presença de grande quantidade de excrementos (fezes) acumulados nas folhas e dentro do cartucho é o indício mais claro e imediato da atividade da praga na lavoura.
Comportamento Canibal: A Spodoptera frugiperda pratica o canibalismo, o que geralmente resulta na sobrevivência de apenas uma lagarta dominante por planta ou cartucho.
Variação de Cor e Tamanho: Durante a fase larval, pode atingir até 5 centímetros de comprimento, com coloração que varia entre verde, marrom, cinza-escuro e preto, dependendo da alimentação e do estágio de desenvolvimento.
Ciclo Biológico: O ciclo completo dura em média 30 dias, passando pelas fases de ovo, lagarta (fase de dano), pupa (geralmente no solo) e adulto (mariposa de hábito noturno).
Nível de Controle: A tomada de decisão para o controle deve ocorrer quando 20% das plantas apresentarem folhas raspadas (equivalente ao nível 3 da Escala Davis), evitando que o dano se torne irreversível.
Danos na Espiga: Embora o nome sugira preferência pelo cartucho, a praga pode migrar para a espiga, perfurando a base e consumindo os grãos, o que afeta diretamente a qualidade e o volume da colheita.
Confusão na Identificação: Nos estágios iniciais (larvas pequenas), é comum confundir a Spodoptera com outras lagartas, como a Helicoverpa armigera, exigindo atenção aos detalhes morfológicos para a escolha correta do manejo.
Manejo de Resistência: A rotação de mecanismos de ação de inseticidas e o uso de refúgio são essenciais, pois a praga possui histórico de desenvolvimento de resistência a certas proteínas Bt e a defensivos químicos.
Monitoramento Constante: A inspeção da lavoura deve ser frequente desde a emergência das plantas, pois o ataque em plântulas jovens pode reduzir o estande final da cultura, causando prejuízos antes mesmo do desenvolvimento vegetativo pleno.
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