Tipos de Adjuvantes Agrícolas: Guia Completo para Pulverizações Eficientes
O uso de adjuvante agrícola pode ser uma boa maneira de te ajudar nas suas aplicações de defensivos agrícolas, desde que você saiba qual usar e como usar. Exist
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O surfactante agrícola, termo derivado da expressão “agente tensoativo”, é uma categoria fundamental de adjuvantes classificados como ativadores. Sua função primordial dentro da tecnologia de aplicação é alterar as propriedades físicas da calda de pulverização, especificamente reduzindo a tensão superficial da água. Em termos práticos, a água possui uma tendência natural de agrupar suas moléculas, formando gotas esféricas que podem escorrer ou ricochetear ao atingir a superfície das folhas. O surfactante quebra essa força de coesão, permitindo que a gota se “achate” e se espalhe uniformemente sobre o alvo.
No contexto do agronegócio brasileiro, onde as condições climáticas e a diversidade de culturas exigem precisão, o uso de surfactantes é estratégico para garantir a eficiência de defensivos agrícolas. Eles atuam como uma ponte química, pois suas moléculas possuem uma estrutura anfifílica: uma parte tem afinidade com a água (hidrofílica) e a outra com óleos e gorduras (lipofílica). Essa característica é essencial para superar a barreira natural das plantas, a cutícula cerosa, facilitando a interação entre o produto aplicado e a superfície vegetal, seja ela uma folha de soja, milho ou uma planta daninha de difícil controle.
Além de melhorar o espalhamento (efeito molhante), muitos surfactantes também auxiliam na penetração dos ingredientes ativos. Ao modificar a viscosidade e a estrutura das ceras epicuticulares das plantas, eles permitem que herbicidas, fungicidas e inseticidas sejam absorvidos com maior rapidez e em maior quantidade. Isso é vital para produtos sistêmicos que precisam circular na planta e para produtos de contato que exigem cobertura total da área foliar para serem eficazes.
Redução da Tensão Superficial: A característica mais marcante é a capacidade de diminuir a força que mantém a gota de água em formato esférico, transformando-a em um filme líquido que cobre uma área muito maior da folha.
Estrutura Molecular Bipolar: As moléculas dos surfactantes possuem extremidades distintas, permitindo a conexão entre a água da calda e as superfícies cerosas ou oleosas das plantas e pragas.
Ação Ativadora: Diferente de adjuvantes que apenas modificam a calda (como antiespumantes), os surfactantes potencializam diretamente a ação biológica do defensivo, aumentando sua performance no campo.
Classificação pela Carga Elétrica: Podem ser divididos em aniônicos (carga negativa, comuns com herbicidas), catiônicos (carga positiva, menos usados devido ao custo e risco de precipitação) e não iônicos (sem carga, versáteis e muito utilizados).
Interação com a Cutícula: Possuem a habilidade de alterar momentaneamente a permeabilidade da camada cerosa das folhas, facilitando a entrada do ingrediente ativo nos tecidos vegetais.
Necessidade em Produtos de Contato: O uso de surfactantes é praticamente obrigatório para fungicidas e inseticidas de contato, pois a eficácia desses produtos depende diretamente da área da planta que foi efetivamente molhada e coberta pela calda.
Risco de Fitotoxicidade: Embora aumentem a eficácia, o uso excessivo ou a escolha incorreta do surfactante pode causar queima das folhas (fitotoxicidade), pois a alteração na cera protetora da planta pode deixá-la vulnerável à desidratação ou à ação agressiva do próprio defensivo.
Compatibilidade de Misturas: É crucial verificar a carga elétrica do surfactante (aniônico, catiônico ou não iônico) em relação aos outros produtos do tanque. Misturar cargas opostas pode causar precipitação, entupimento de bicos e inativação dos produtos.
Não Substitui o Defensivo: É fundamental lembrar que o surfactante não possui propriedades fitossanitárias próprias; ele não mata pragas ou doenças sozinho, servindo apenas para maximizar a ação do produto principal.
Economia de Insumos: Em cenários técnicos adequados, a utilização correta de um surfactante pode permitir a redução da dose de herbicidas, mantendo a eficiência do controle e gerando economia financeira para o produtor.
Atenção aos Catiônicos: Surfactantes catiônicos são raramente recomendados na agricultura geral devido ao seu alto custo e tendência a reagir com sais presentes na água, formando precipitados que comprometem a operação de pulverização.
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