O que é Tamandua Da Soja

O Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus), também conhecido popularmente como cascudo, é um inseto da ordem Coleoptera que se tornou uma das pragas de solo e parte aérea mais preocupantes para a sojicultura brasileira. Historicamente considerado uma praga secundária, restrita a certas regiões do Sul do Brasil, o inseto expandiu sua área de atuação para o Cerrado e outras fronteiras agrícolas, causando danos severos que podem levar à perda total da lavoura nas áreas infestadas, conhecidas como “reboleiras”.

O inseto recebe este nome devido ao formato de sua cabeça, que possui um “rostro” (bico) alongado e curvado, assemelhando-se a um tamanduá. O dano principal ocorre em duas fases distintas: o adulto raspa o caule da planta principal, desfiando os tecidos e podendo causar o “anelamento”, o que interrompe o fluxo de seiva e leva à quebra ou morte da planta. Já as larvas, que eclodem dos ovos depositados no caule, penetram na haste e alimentam-se da medula, formando galhas que comprometem o desenvolvimento da cultura e a produtividade final.

No contexto do manejo integrado de pragas (MIP), o Tamanduá-da-soja representa um desafio complexo. Diferente de lagartas desfolhadoras, seu ciclo biológico envolve uma longa fase de hibernação no solo, o que dificulta o controle apenas com aplicações foliares. A praga possui hábito monovoltino (uma geração por ano) e sua presença no campo exige estratégias que combinem controle químico, tratamento de sementes e, fundamentalmente, práticas culturais como a rotação de culturas.

Principais Características

  • Morfologia Inconfundível: O adulto é um besouro preto com cerca de 8 mm, caracterizado por duas listras amarelas longitudinais no dorso e o bico curvo típico dos curculionídeos.
  • Ciclo Monovoltino: Possui apenas uma geração por ano. Os adultos emergem do solo no início da safra de verão (novembro/dezembro), coincidindo com a emergência da soja, enquanto as larvas passam o inverno no solo em diapausa.
  • Baixa Mobilidade: Os adultos não voam, locomovendo-se apenas caminhando. Isso faz com que a infestação ocorra em manchas ou reboleiras, que aumentam de tamanho a cada safra se não controladas.
  • Dano Duplo: Causa prejuízo tanto na fase adulta (raspadura e anelamento do caule) quanto na fase larval (formação de galhas e consumo da medula da haste).
  • Dispersão Mecânica: Como não voam, a principal forma de disseminação da praga para novas áreas ou talhões distantes é através de máquinas e implementos agrícolas que carregam torrões de terra contendo larvas ou adultos.

Importante Saber

  • Rotação de Culturas é Vital: Como o inseto é específico para leguminosas (soja e feijão), a rotação com gramíneas (milho, sorgo ou milheto) é a ferramenta mais eficiente, matando a praga por inanição e quebrando seu ciclo reprodutivo.
  • Monitoramento de Reboleiras: A identificação precoce das manchas de infestação é crucial. O produtor deve marcar as reboleiras via GPS para realizar o controle localizado e evitar a expansão na safra seguinte.
  • Tratamento de Sementes: O uso de inseticidas sistêmicos no tratamento de sementes é uma das principais linhas de defesa, protegendo a plântula na fase inicial, quando o ataque dos adultos é mais crítico.
  • Atenção às Bordaduras: A infestação geralmente começa pelas bordas da lavoura ou em áreas onde o maquinário entra no talhão. O monitoramento deve ser intensificado nesses pontos logo após a emergência da cultura.
  • Limpeza de Maquinário: Para evitar levar o problema para áreas isentas, é fundamental limpar rigorosamente os implementos agrícolas após operar em talhões infestados com o Tamanduá-da-soja.
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