Módulo 1 - Aula 2: Escolha e importância dos bicos na sua pulverização
Aprenda a escolher os bicos de pulverização corretos para sua aplicação. Entenda os códigos, tipos de jato, tamanho de gotas e como evitar deriva para...
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O tamanho da gota refere-se ao diâmetro das partículas líquidas geradas pelos bicos de pulverização durante a aplicação de defensivos agrícolas ou fertilizantes foliares. Este parâmetro físico é tecnicamente mensurado em micrômetros e é fundamental para determinar o comportamento da calda desde a saída da ponta até o contato com o alvo biológico. Na agronomia, utiliza-se frequentemente o conceito de Diâmetro da Mediana Volumétrica (DMV) para classificar o espectro de gotas, dividindo o volume pulverizado em duas metades iguais: uma composta por gotas menores e outra por gotas maiores que o valor de referência.
No contexto do agronegócio brasileiro, a gestão do tamanho da gota é um dos pilares da tecnologia de aplicação. Ela atua como o fiel da balança entre a eficiência agronômica (cobertura e penetração no dossel) e a segurança ambiental (redução de deriva e evaporação). A definição correta deste parâmetro depende diretamente da interação entre o tipo de bico escolhido, a pressão de trabalho utilizada e as características físico-químicas da calda.
Uma escolha inadequada do tamanho da gota pode comprometer severamente a rentabilidade da lavoura. Gotas excessivamente finas, embora ofereçam excelente cobertura, são extremamente suscetíveis à deriva pelo vento e à evaporação em dias de alta temperatura e baixa umidade relativa, condições comuns em diversas regiões produtoras do Brasil. Por outro lado, gotas excessivamente grossas podem escorrer da folha ou não cobrir a superfície necessária para o controle efetivo de pragas e doenças, resultando em desperdício de produto e falhas de controle.
Classificação normativa padronizada (geralmente pela norma ASABE S572), categorizando as gotas em classes que variam de muito fina a ultra grossa.
Relação inversa com a cobertura: gotas menores proporcionam maior número de impactos por centímetro quadrado, aumentando a área de contato com o alvo.
Alta sensibilidade às condições meteorológicas: gotas finas (menores que 150 mícrons) têm tempo de vida curto em condições de baixa umidade e são facilmente desviadas por ventos leves.
Influência direta da pressão: em pontas hidráulicas convencionais, o aumento da pressão reduz o tamanho da gota, enquanto a redução da pressão gera gotas maiores.
Variação conforme a tecnologia do bico: pontas com indução de ar produzem gotas grossas preenchidas com bolhas de ar, que explodem ao impacto, alterando a dinâmica de cobertura.
A escolha do tamanho da gota deve ser pautada pelo modo de ação do produto: defensivos de contato exigem gotas mais finas para garantir cobertura total, enquanto sistêmicos toleram gotas maiores.
O risco de deriva é o fator limitante para o uso de gotas finas; em condições de vento acima do ideal, deve-se optar por gotas médias ou grossas e bicos com tecnologias de redução de deriva.
Estudos indicam que a seleção incorreta da ponta e, consequentemente, do tamanho da gota, pode reduzir a eficácia dos defensivos em até 30%.
Para aplicações de herbicidas, especialmente os hormonais ou em áreas próximas a culturas sensíveis, o uso de gotas grossas a ultra grossas é mandatório para evitar danos por deriva.
O desgaste natural do orifício da ponta de pulverização altera a vazão e pode modificar o espectro de gotas original, exigindo monitoramento e troca periódica dos componentes.
A calibração do pulverizador não envolve apenas volume de calda (L/ha), mas obrigatoriamente a verificação se a pressão de trabalho está gerando o tamanho de gota planejado para o alvo específico.
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