O que é Tch Da Cana De Açúcar

O TCH, sigla para Toneladas de Cana por Hectare, é o principal indicador quantitativo de produtividade agrícola utilizado no setor sucroenergético brasileiro. Esta métrica representa o volume físico de colmos industrializáveis colhidos em uma determinada área, servindo como um termômetro direto da eficiência do manejo e das condições de desenvolvimento da lavoura. Em termos práticos, o TCH mensura a “massa verde” ou o peso da matéria-prima entregue na usina, antes de se considerar o teor de açúcar (ATR).

No contexto do agronegócio nacional, o monitoramento do TCH é vital para o planejamento estratégico das usinas e fornecedores. Como observado na safra 2023/24, um aumento expressivo neste índice — chegando a médias de 92,5 t/ha — pode impulsionar recordes de produção, diluindo os custos fixos por tonelada produzida. O índice varia significativamente de acordo com a idade do canavial (número de cortes), a variedade genética utilizada, o manejo nutricional e, sobretudo, as condições climáticas, como a disponibilidade hídrica e a radiação solar.

A análise do TCH não deve ser feita de forma isolada, mas é o ponto de partida para calcular a rentabilidade. Ele reflete a saúde vegetativa da planta e a capacidade do solo e do ambiente em sustentar o crescimento da biomassa. Para a safra 2024/25, por exemplo, a manutenção ou queda desse índice em regiões como o Sudeste e Centro-Oeste ditará a oferta de matéria-prima disponível para a produção de açúcar e etanol, influenciando diretamente a dinâmica de mercado.

Principais Características

  • Indicador de Biomassa: O TCH foca exclusivamente no peso da cana colhida por unidade de área, sendo a medida padrão para pagamento de corte, carregamento e transporte (CCT).

  • Decaimento Natural: Uma característica intrínseca da cultura é a redução do TCH a cada ciclo de colheita; a cana-planta (primeiro corte) geralmente apresenta o maior TCH, que decresce nas socas subsequentes até atingir o nível de reforma.

  • Alta Sensibilidade Climática: O índice é altamente responsivo à pluviometria. Déficits hídricos severos, como os previstos para certas áreas de São Paulo, resultam em colmos mais leves e curtos, derrubando a média de produtividade.

  • Variabilidade Regional: O potencial produtivo muda conforme a geografia; enquanto o Centro-Oeste expande áreas com médias em torno de 81,5 t/ha, o Sudeste busca manter médias superiores a 82 t/ha através de tecnologia intensiva.

  • Correlação com Custos: Existe uma relação inversa entre TCH e custo unitário; quanto maior a produtividade por hectare, menor tende a ser o custo de produção por tonelada, pois os gastos fixos são melhor distribuídos.

Importante Saber

  • TCH x ATR: É fundamental distinguir produtividade agrícola (TCH) de qualidade industrial (ATR). Um TCH alto com baixo teor de açúcar pode resultar em menor rentabilidade final, especialmente em cenários de queda no preço do ATR, como projetado para a safra 2024/25.

  • Ponto de Renovação: O TCH é o critério decisivo para a reforma do canavial. Quando a produtividade cai abaixo do “ponto de equilíbrio econômico” (onde a receita não cobre os custos variáveis), é necessário eliminar a soqueira e realizar um novo plantio.

  • Manejo de Pragas: A incidência de pragas como a broca-da-cana ou nematoides impacta diretamente o peso dos colmos, causando o “coração morto” ou falhas na brotação, o que reduz drasticamente o TCH final da área.

  • Planejamento de Colheita: A estimativa precisa do TCH antes da colheita é essencial para a logística da usina, garantindo que o fluxo de caminhões e a moagem sejam contínuos e eficientes.

  • Tecnologia e Nutrição: O uso de adubação correta e práticas de agricultura de precisão são as ferramentas mais eficazes para proteger o TCH contra instabilidades climáticas e garantir a longevidade do canavial.

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