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O que é Tecnologia Bt

A Tecnologia Bt refere-se à incorporação de genes da bactéria de solo Bacillus thuringiensis no genoma de plantas agrícolas, resultando em organismos geneticamente modificados (OGMs) capazes de se autoproteger contra pragas. Essa bactéria produz naturalmente proteínas cristalinas (conhecidas como Cry, Vip e Cyt) que possuem propriedades inseticidas específicas. Quando inseridos no DNA de culturas como soja, milho, algodão e cana-de-açúcar, esses genes permitem que a própria planta expresse essas proteínas tóxicas em seus tecidos. Ao se alimentarem da planta, insetos-alvo — principalmente lagartas (Lepidoptera), mas também certos besouros e moscas — ingerem a toxina, que destrói a parede do seu intestino médio, levando-os à morte.

No cenário do agronegócio brasileiro, a tecnologia Bt representa um dos maiores avanços no manejo fitossanitário das últimas décadas, estando presente na grande maioria das lavouras de grãos. Sua principal função é atuar como uma ferramenta de controle preventivo e contínuo, protegendo a cultura durante todo o seu ciclo de desenvolvimento. Isso proporciona uma redução significativa nas perdas de produtividade causadas por pragas desfolhadoras e de colmo, além de otimizar a operação agrícola ao diminuir a dependência exclusiva de inseticidas químicos pulverizados.

Principais Características

  • Expressão contínua de proteínas inseticidas nos tecidos da planta, oferecendo proteção desde a emergência até a colheita.

  • Alta especificidade biológica, atuando severamente contra as pragas-alvo (como a lagarta-do-cartucho e a lagarta-elasmo) com baixo impacto sobre organismos não-alvo e vertebrados.

  • Redução significativa no número de entradas de maquinário para pulverização de inseticidas, o que diminui a compactação do solo e os custos operacionais.

  • Compatibilidade com o Manejo Integrado de Pragas (MIP), favorecendo a manutenção de inimigos naturais e o controle biológico na lavoura.

  • Exigência técnica de manejo de resistência, demandando práticas agronômicas específicas para manter sua eficácia ao longo das safras.

Importante Saber

  • A implementação da Área de Refúgio é obrigatória e vital para a tecnologia; consiste no plantio de sementes não-Bt (convencionais) em 10% da área para milho e 20% para soja e algodão, garantindo a reprodução de insetos suscetíveis.

  • A área de refúgio deve estar localizada a uma distância máxima de 800 metros da lavoura Bt para assegurar o cruzamento entre insetos resistentes e suscetíveis, diluindo a resistência.

  • Não é recomendado aplicar inseticidas biológicos formulados à base de Bacillus thuringiensis sobre plantas que já possuem a tecnologia Bt, pois isso aumenta drasticamente a pressão de seleção para resistência.

  • A tecnologia Bt não controla todas as pragas; o monitoramento constante é essencial para identificar ataques de pragas secundárias ou sugadores (como percevejos e mosca-branca) que não são afetados pelas proteínas Bt.

  • A quebra de resistência é um risco real: sem o manejo correto do refúgio, populações de pragas podem evoluir rapidamente para tolerar as proteínas tóxicas, inutilizando a tecnologia na região.

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