Qualidade de Grãos: 3 Passos da Colheita ao Armazenamento
Qualidade de grãos: veja os principais cuidados para a manutenção da qualidade, fatores envolvidos e mais!
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O teor de umidade dos grãos é a medida percentual da quantidade de água presente na massa de grãos em relação ao seu peso total. Este é, sem dúvida, um dos parâmetros físicos mais críticos na agricultura brasileira, influenciando diretamente todas as etapas da cadeia produtiva, desde a decisão do momento exato da colheita até a eficiência da secagem, a segurança do armazenamento e a comercialização final do produto. No campo, o monitoramento da umidade começa assim que a cultura atinge a maturidade fisiológica, momento em que o fluxo de nutrientes da planta para o grão cessa e inicia-se o processo natural de perda de água.
A gestão correta da umidade é fundamental para a rentabilidade do produtor. Grãos colhidos com umidade muito elevada exigem processos de secagem artificial mais intensos e custosos, além de estarem mais sujeitos a danos mecânicos por amassamento durante a trilha. Por outro lado, colher grãos excessivamente secos pode resultar em perdas quantitativas no campo (deiscência ou abertura de vagens) e quebra dos grãos pelo impacto nas máquinas. Além disso, na comercialização, o peso da água é descontado conforme tabelas padronizadas; portanto, entregar o produto abaixo da umidade base representa uma perda de peso “invisível” e receita para o agricultor.
Do ponto de vista da conservação, a água livre no interior do grão é o principal catalisador para processos metabólicos indesejados. Um teor de umidade inadequado durante o armazenamento acelera a respiração dos grãos, o que gera calor e umidade excessiva, criando o ambiente perfeito para a proliferação de fungos (que podem produzir micotoxinas), bactérias e insetos-praga. Portanto, o controle rigoroso deste índice é a principal barreira sanitária e de qualidade para garantir que o produto mantenha seu valor comercial ao longo do tempo.
Indicador de Ponto de Colheita: O teor de água define a janela ideal de operação das colheitadeiras. Para a soja, por exemplo, colheitas realizadas com umidade entre 13% e 15% minimizam tanto os danos mecânicos quanto as perdas naturais.
Fator de Segurança no Armazenamento: Existe uma correlação direta entre umidade e temperatura para a conservação. A regra prática para um armazenamento seguro é que a soma da umidade relativa do ar (%) e da temperatura (°C) deve ser menor que 55,5.
Influência na Resistência Física: Grãos com teores de umidade muito baixos tornam-se quebradiços e suscetíveis a trincas durante o manuseio e transporte, enquanto grãos muito úmidos tendem a sofrer deformações plásticas e amassamentos.
Padrão Comercial: O mercado estabelece limites base de umidade para a comercialização (geralmente 14% para milho e 13% ou 14% para soja no Brasil). Valores acima desses limites geram descontos na tabela de classificação e custos de secagem.
Dinâmica Higroscópica: Os grãos são higroscópicos, ou seja, têm a capacidade de ganhar ou perder água para entrar em equilíbrio com a umidade relativa do ar do ambiente onde estão armazenados.
Amostragem Representativa é Crucial: A medição da umidade só é confiável se a amostra coletada representar fielmente o lote. Variações de maturação no talhão são comuns; por isso, colete amostras de diferentes pontos antes e durante a colheita.
Calibração de Equipamentos: Medidores de umidade portáteis utilizados na fazenda devem ser aferidos periodicamente e comparados com métodos de estufa (padrão de laboratório) ou com os equipamentos da unidade de recebimento para evitar discrepâncias.
Riscos na Secagem: A redução artificial da umidade deve ser controlada. Processos de secagem muito rápidos ou com temperaturas excessivas podem causar trincas internas nos grãos, reduzindo sua qualidade industrial e vigor (no caso de sementes).
Monitoramento Pós-Colheita: Mesmo após armazenado, o grão não é uma massa inerte. É necessário monitorar constantemente a temperatura e a aeração do silo para evitar a migração de umidade, que pode criar bolsões úmidos e focos de deterioração.
Impacto dos Danos Mecânicos: Grãos que sofreram danos mecânicos na colheita (quebrados ou trincados) têm sua estrutura de proteção comprometida, tornando-se mais sensíveis à umidade do ambiente e deteriorando-se mais rápido do que grãos inteiros.
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