Tombamento da Soja: Como Identificar, Prevenir e Controlar Perdas na Lavoura
Tombamento da soja ou Damping off: entenda quais são as causas, sintomas, importância e manejo dessa doença.
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Ler o Guia Principal sobre Tombamento da Soja →O tombamento da soja, tecnicamente denominado damping-off, refere-se a um complexo de doenças causadas por fungos habitantes do solo que atacam a cultura em sua fase mais vulnerável: o início do ciclo vegetativo. No cenário agrícola brasileiro, este problema é um dos principais responsáveis pela redução do estande de plantas, afetando desde a germinação da semente até o desenvolvimento inicial das plântulas. Os agentes causadores incluem gêneros como Rhizoctonia, Pythium, Phytophthora, Fusarium e Colletotrichum, que sobrevivem em restos culturais e se tornam patogênicos sob condições favoráveis de umidade e temperatura.
A doença atua através da produção de enzimas pelos fungos, que degradam as paredes celulares dos tecidos jovens da planta, utilizando-os como fonte de alimento. O ataque pode ocorrer em dois momentos distintos: na pré-emergência, causando o apodrecimento da semente ou morte do broto antes de romper o solo; ou na pós-emergência, onde se observa o sintoma clássico de estrangulamento do caule rente ao solo, levando a planta a tombar e morrer. A severidade do ataque depende da carga de inóculo no solo e das condições climáticas no momento da semeadura.
O impacto econômico do tombamento é direto e muitas vezes severo. A morte das plântulas gera falhas na linha de plantio e desuniformidade na lavoura, podendo comprometer entre 30% e 60% da produtividade em áreas críticas. Além da perda de potencial produtivo, o produtor frequentemente enfrenta o dilema da ressemeadura, uma operação que eleva drasticamente os custos de produção (sementes, combustível, maquinário) e pode atrasar o calendário agrícola, prejudicando a janela ideal para a cultura subsequente.
Complexo de Patógenos: Não é causado por um único agente, mas por diversos fungos de solo (Rhizoctonia solani, Pythium spp., etc.) que podem atuar isoladamente ou em conjunto.
Sintomas de Pré-emergência: Caracteriza-se pelo apodrecimento mole e úmido das sementes ou morte da radícula ainda no subsolo, resultando em falhas visíveis de nascimento na linha.
Sintomas de Pós-emergência: O sinal mais evidente é o afinamento e escurecimento do colo da planta (hipocótilo) próximo ao solo, causando o tombamento da plântula, além de lesões encharcadas nas raízes.
Distribuição em Reboleiras: A doença raramente afeta a lavoura de forma uniforme; os sintomas geralmente aparecem em manchas ou focos (reboleiras), indicando a concentração do inóculo ou condições de solo específicas (como compactação).
Sobrevivência Saprofítica: Os fungos causadores possuem alta capacidade de sobrevivência em matéria orgânica morta e restos de culturas anteriores, dificultando a erradicação.
Diagnóstico Diferencial: É crucial distinguir se a falha no estande é causada por sementes de baixo vigor, problemas de plantabilidade ou ataque de patógenos, pois o manejo corretivo difere para cada situação.
Janela de Vulnerabilidade: O período crítico compreende a germinação até cerca de 30 dias após a emergência; após esse período, os tecidos da planta tornam-se mais lignificados e resistentes à penetração desses fungos.
Limitações da Rotação de Culturas: Como muitos desses fungos são polífagos (atacam diversas espécies de plantas), a rotação de culturas isolada pode não ser suficiente para o controle, exigindo uma abordagem integrada.
Tratamento de Sementes (TSI): O uso de fungicidas no tratamento de sementes é a principal ferramenta preventiva, protegendo a plântula nos primeiros dias de desenvolvimento contra o inóculo presente no solo.
Fatores Predisponentes: Solos compactados, com drenagem deficiente ou excesso de chuvas logo após o plantio criam o ambiente ideal para a proliferação de fungos como Pythium e Phytophthora.
Decisão de Ressemeadura: A decisão de replantar deve considerar a porcentagem de perda do estande, a distribuição das falhas e o custo operacional, sendo recomendada apenas quando a população final compromete a viabilidade econômica da área.
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