Cultivares de Trigo: 3 Passos Essenciais Para a Escolha Certa
Cultivares de trigo: entenda quais cuidados tomar e veja algumas características das variedades mais utilizadas no mercado!
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O trigo de sequeiro refere-se ao sistema de cultivo do cereal que depende exclusivamente da precipitação natural (chuvas) para o seu desenvolvimento, dispensando o uso de irrigação artificial. No cenário do agronegócio brasileiro, esta modalidade é predominante nas regiões tritícolas tradicionais, como o Rio Grande do Sul e o Paraná, e tem se expandido para o Brasil Central (Cerrado) como uma cultura de inverno estratégica. A principal característica que define o sucesso neste sistema é a capacidade da lavoura de suportar períodos de restrição hídrica, conhecidos como veranicos, mantendo a viabilidade econômica.
Diferente do trigo irrigado, onde o produtor tem controle sobre o fornecimento de água e busca atingir o teto máximo de produtividade da genética, no trigo de sequeiro o foco é a estabilidade produtiva e a segurança. O manejo exige um planejamento rigoroso que envolve a escolha de cultivares adaptadas, que possuam maior rusticidade e eficiência no uso da água. O objetivo é mitigar os riscos climáticos, garantindo que a planta consiga completar seu ciclo reprodutivo mesmo em condições adversas de umidade no solo.
Além da produção de grãos para a indústria moageira, o trigo de sequeiro desempenha um papel fundamental no sistema de plantio direto. Ele atua na cobertura do solo durante o inverno, auxiliando na supressão de plantas daninhas e na proteção contra a erosão. Para o produtor, a viabilidade dessa cultura depende diretamente da interação entre a genética da semente escolhida, a época de semeadura correta e a capacidade de armazenamento de água do solo da propriedade.
Dependência Climática: A produtividade final está intrinsecamente ligada à distribuição e ao volume das chuvas, tornando o monitoramento meteorológico essencial.
Rusticidade Genética: As cultivares indicadas para sequeiro possuem mecanismos fisiológicos de tolerância à seca e maior eficiência no uso da água.
Sistema Radicular Vigoroso: Plantas neste sistema necessitam de raízes mais profundas e agressivas para buscar umidade nas camadas inferiores do solo durante a estiagem.
Sanidade Foliar: A manutenção da área verde das folhas é crítica; cultivares de sequeiro geralmente demandam boa resistência a doenças para não somar estresse biótico ao estresse hídrico.
Ciclo Ajustado: O ciclo da cultura (precoce, médio ou tardio) deve ser escolhido para evitar que as fases críticas, como o espigamento, coincidam com períodos de maior risco de seca ou geada.
Respeito ao ZARC: Seguir rigorosamente o Zoneamento Agrícola de Risco Climático é obrigatório para minimizar perdas e é um pré-requisito para acessar o seguro agrícola e o crédito rural.
Condições de Semeadura: É crucial não realizar o plantio “no pó” (solo seco); deve-se aguardar a umidade ideal no solo para garantir uma germinação uniforme e o estabelecimento correto do estande de plantas.
Construção do Perfil do Solo: Solos compactados ou com acidez em profundidade limitam o crescimento das raízes; investir em correção (gessagem) e descompactação aumenta a “caixa d’água” do solo disponível para a planta.
Escolha da Cultivar: Não se deve utilizar cultivares exigentes em água (típicas de irrigado) em áreas de sequeiro; o erro na escolha da semente é uma das principais causas de quebra de safra.
Manejo de Doenças: Em anos mais chuvosos, o trigo de sequeiro pode sofrer com alta pressão de doenças fúngicas (como giberela e brusone), exigindo monitoramento constante e aplicações preventivas de fungicidas.
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