Secagem e Armazenamento de Grãos: Como Evitar Perdas e Aumentar Ganhos
Secagem e armazenamento de grãos: Veja as diferenças entre secadores, cálculos dos custos dessas operações e verifique o que mais compensa.
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A umidade de grãos refere-se à porcentagem de água contida na massa do grão em relação ao seu peso total, sendo um dos parâmetros técnicos e comerciais mais críticos na agricultura. Fisiologicamente, o grão é uma estrutura higroscópica, o que significa que ele possui a capacidade de trocar umidade com o ambiente, buscando sempre um equilíbrio com a temperatura e a umidade relativa do ar ao seu redor. No contexto do agronegócio brasileiro, o gerenciamento desse índice começa na decisão do momento da colheita e se estende por todo o processo de pós-colheita, incluindo a secagem, o armazenamento e o transporte.
A importância prática do controle da umidade reside na preservação da qualidade biológica e física do produto. Grãos colhidos ou armazenados com teor de água inadequado sofrem aceleração no processo respiratório, consumindo suas próprias reservas de matéria seca e gerando calor. Esse ambiente torna-se propício para o desenvolvimento de pragas, fungos e bactérias, que podem causar fermentação e deterioração rápida da safra. Além disso, a umidade define o peso final do produto comercializado; portanto, o manejo incorreto pode resultar tanto em descontos por excesso de água na entrega quanto em perdas econômicas por “supersecagem”, onde o produtor vende menos peso do que poderia.
Higroscopicidade: Os grãos estão em constante interação com o ambiente, absorvendo ou liberando água até atingirem o Equilíbrio Higroscópico com o ar intergranular.
Variação por Cultura: Cada espécie (soja, milho, trigo, arroz) possui um teor de umidade específico para a maturação fisiológica e um ponto ideal distinto para a colheita mecânica e armazenamento seguro.
Padrão Comercial: No Brasil, existem normas de classificação que estabelecem limites de umidade (geralmente 13% ou 14% para a maioria dos grãos) para a comercialização sem aplicação de descontos ou taxas de secagem.
Influência na Integridade Física: Grãos muito úmidos são mais suscetíveis a danos mecânicos e amassamento durante a colheita, enquanto grãos excessivamente secos tendem a quebrar ou trincar com facilidade.
Relação com a Temperatura: A estabilidade do grão depende do binômio temperatura-umidade; quanto maior a umidade do grão, menor deve ser a temperatura de armazenamento para evitar a deterioração.
Necessidade de Secagem: Frequentemente, a colheita é realizada com umidade superior à ideal para estocagem (entre 18% e 25%) para evitar perdas no campo, tornando obrigatório o processo de secagem artificial para reduzir o teor de água a níveis seguros (13% a 14%).
Regra de Segurança no Armazenamento: Uma regra prática citada por especialistas para garantir a conservação é que a soma da Umidade Relativa do Ar (%) + Temperatura (°C) deve ser menor que 55,5.
Riscos de Micotoxinas: A alta umidade é o principal fator para o desenvolvimento de fungos que produzem micotoxinas, substâncias que desvalorizam o grão e podem torná-lo impróprio para consumo humano ou animal.
Monitoramento Pós-Colheita: Mesmo após a secagem, é vital monitorar a umidade dentro dos silos, pois pode ocorrer migração de umidade e condensação no teto da estrutura, criando focos de apodrecimento.
Impacto na Rentabilidade: A falta de controle gera prejuízos diretos na venda (descontos de tabela) e indiretos (perda de matéria seca e qualidade), sendo que estima-se que 10% da produção nacional se perca por falhas na pós-colheita.
Cuidados na Secagem: O processo de retirada de água deve ser técnico e gradual; secagens agressivas com temperaturas muito altas podem causar danos físicos irreversíveis, como trincas internas e “browning” (escurecimento).
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