Armazenamento de Milho Pós-Colheita: O Guia Completo para Evitar Perdas
Como armazenar milho para evitar perdas? Conheça os tipos de silos e sacaria, controle a umidade e proteja sua safra de pragas como o caruncho.
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A umidade do grão refere-se à porcentagem de água contida na massa de grãos, sendo um dos indicadores técnicos mais críticos em todas as etapas da produção agrícola, desde a maturação fisiológica na lavoura até a comercialização e o processamento industrial. No contexto do agronegócio brasileiro, onde as condições climáticas variam intensamente entre regiões tropicais e subtropicais, o monitoramento preciso desse teor de água define a janela ideal de colheita, a necessidade de secagem artificial e a estabilidade do produto durante o armazenamento.
Fisiologicamente, a perda de umidade é um processo natural que ocorre após a planta atingir sua maturidade máxima. No entanto, a gestão agronômica desse índice é o que determina a rentabilidade da safra. Grãos colhidos com umidade excessiva exigem processos de secagem onerosos e estão sujeitos a fermentação e ataque de fungos. Por outro lado, grãos excessivamente secos no campo sofrem com perdas físicas, como a debulha natural, quebra mecânica durante a colheita e redução de peso, impactando diretamente o volume final entregue. Portanto, a umidade não é apenas uma medida física, mas um fator determinante de qualidade e valor econômico.
Variação por Cultura: Cada espécie possui uma faixa específica de umidade para a colheita segura. A soja, por exemplo, tem seu ponto ideal entre 13% e 15%, enquanto o arroz deve ser colhido preferencialmente entre 18% e 23% para garantir o rendimento de grãos inteiros na indústria.
Influência na Qualidade Física: O teor de água afeta a elasticidade e a resistência do grão. Níveis muito baixos tornam o grão quebradiço e suscetível a danos mecânicos (partição e esmagamento) pelas colheitadeiras, enquanto níveis muito altos podem causar “amassamento” e embuchamento das máquinas.
Determinante para Armazenamento: Para a conservação a longo prazo em silos ou armazéns, a umidade deve ser reduzida para patamares de segurança, geralmente entre 12% e 13%. Acima disso, a atividade metabólica do grão e de microrganismos aumenta, gerando calor e deterioração.
Impacto nos Custos Operacionais: A umidade define a logística pós-colheita. Grãos colhidos úmidos (como o milho muitas vezes colhido acima de 20%) exigem passagem imediata por secadores artificiais, consumindo energia (lenha, gás) e tempo, o que eleva o custo de produção.
Oscilação Diária: A umidade dos grãos no campo não é estática; ela flutua ao longo do dia conforme a umidade relativa do ar e a temperatura. Grãos estão mais úmidos pela manhã (devido ao orvalho) e mais secos no meio da tarde.
Monitoramento Pré-Colheita: É fundamental iniciar a medição da umidade cerca de 15 a 20 dias antes da data prevista para a colheita. Isso permite planejar a logística e evitar que a lavoura passe do ponto, especialmente em culturas sensíveis à deiscência (abertura das vagens) como a soja.
Riscos da Secagem no Campo: Embora deixar o grão secar naturalmente na planta reduza custos com secadores, essa prática expõe a lavoura a riscos climáticos (chuvas na colheita), ataque de pragas de final de ciclo e tombamento de plantas, podendo comprometer a qualidade final.
Descontos na Comercialização: Ao entregar a produção em cooperativas ou tradings, cargas com umidade acima do padrão estabelecido (geralmente 14%) sofrem descontos na tabela de peso, além da cobrança de taxas de secagem e limpeza, reduzindo a margem de lucro do produtor.
Calibragem de Equipamentos: A precisão na leitura da umidade depende de medidores bem calibrados. Além disso, a regulagem da colheitadeira (velocidade do cilindro, abertura do côncavo e ventilação) deve ser ajustada dinamicamente conforme a umidade do grão muda ao longo do dia de trabalho.
Segurança no Armazenamento: O armazenamento de grãos com umidade heterogênea ou acima do recomendado é a principal causa de focos de calor e incêndios em silos, além de favorecer o desenvolvimento de micotoxinas que desvalorizam o produto para consumo humano e animal.
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