Vaquinha da Soja: Guia Completo de Identificação, Danos e Manejo
Vaquinha da soja: aprenda a identificá-la, saiba em quais estádios ela causa mais problemas e a melhor forma de controle.
1 artigo encontrado com a tag " Vaquinha da Soja"
Temos um artigo detalhado e exclusivo sobre este assunto.
Ler o Guia Principal sobre Vaquinha da Soja →A vaquinha da soja, cientificamente denominada Diabrotica speciosa e popularmente conhecida como “patriota” ou vaquinha-verde, é um inseto-praga polífago de grande relevância econômica para o agronegócio brasileiro. Pertencente à família dos Crisomelídeos, este besouro não se limita apenas à cultura da soja, afetando severamente também o milho, o feijão e diversas hortaliças. Sua presença é constante em praticamente todas as regiões produtoras do Brasil, exigindo monitoramento contínuo por parte dos produtores rurais.
A principal característica que torna a vaquinha da soja uma ameaça complexa é a sua capacidade de causar danos em duas fases distintas de seu ciclo de vida: como larva e como adulto. Enquanto os adultos atacam a parte aérea das plantas, as larvas atuam no subsolo. Essa dupla modalidade de ataque compromete o desenvolvimento da cultura desde a germinação e emergência até as fases vegetativas e reprodutivas, impactando diretamente o estande de plantas e o potencial produtivo da lavoura.
No contexto do sistema de produção brasileiro, especialmente em áreas de sucessão de culturas como soja e milho safrinha, a praga encontra condições ideais para sua multiplicação e sobrevivência. Embora historicamente considerada uma praga secundária na soja em comparação a lagartas e percevejos, a vaquinha tem ganhado status de praga primária em diversas regiões devido ao aumento populacional e aos danos severos causados às raízes, que muitas vezes passam despercebidos até que a planta apresente sintomas de deficiência nutricional ou tombamento.
Identificação do Adulto: O besouro adulto mede cerca de 6 mm de comprimento e possui coloração verde vibrante com três manchas amarelas em cada élitro (asa dura), além de cabeça marrom e pernas pretas, assemelhando-se às cores da bandeira do Brasil.
Fase Larval: As larvas são subterrâneas, possuem corpo branco e alongado com cabeça e extremidade posterior pretas, medindo até 10 mm. Elas se concentram majoritariamente ao redor do sistema radicular.
Ciclo Biológico: O ciclo completo de desenvolvimento (ovo a adulto) varia de 24 a 40 dias, dependendo das condições climáticas de temperatura e umidade da região produtora.
Hábito Polífago: Alimenta-se de uma vasta gama de plantas hospedeiras, o que facilita sua permanência na área durante todo o ano, migrando entre culturas sucessivas (ex: da soja para o milho e vice-versa).
Oviposição: As fêmeas depositam ovos amarelados e minúsculos no solo, preferencialmente em locais úmidos, escuros e próximos à base das plantas para garantir alimento às larvas após a eclosão.
Danos Subterrâneos: O ataque das larvas é frequentemente o mais prejudicial e difícil de diagnosticar precocemente. Elas se alimentam das raízes, reduzindo a capacidade da planta de absorver água e nutrientes, o que resulta em plantas debilitadas e com menor produtividade.
Sintoma “Pescoço de Ganso”: Na cultura do milho, o ataque severo das larvas às raízes de sustentação provoca o curvamento da base do colmo, sintoma conhecido como “pescoço de ganso”, que leva ao tombamento das plantas e dificulta a colheita mecanizada.
Confusão com Deficiências: Os danos causados pelas larvas nas raízes geram sintomas reflexos na parte aérea, como amarelamento e crescimento lento, que podem ser facilmente confundidos com deficiência nutricional ou estresse hídrico.
Desfolha pelos Adultos: Na fase adulta, a vaquinha consome as folhas, reduzindo a área fotossintética. Em ataques severos durante a fase inicial da soja, pode haver redução significativa do estande de plantas.
Risco na Sucessão de Culturas: O sistema de plantio direto com sucessão soja-milho favorece a “ponte verde”, permitindo que a praga complete múltiplos ciclos e aumente sua densidade populacional na área ao longo das safras.
Monitoramento de Raízes: Para um manejo assertivo, não basta monitorar apenas a parte aérea; é fundamental inspecionar o solo e as raízes, pois pesquisas indicam que cerca de 90% das larvas se concentram nessa região.
Ajude outros produtores compartilhando este conteúdo sobre Vaquinha da Soja