Necrose da Haste da Soja: Guia Completo para Identificar e Manejar a Doença
Necrose da haste da soja: Sintomas, diagnose e as principais formas de manejo da doença para evitar prejuízos na sua lavoura.
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As viroses na soja representam um grupo de doenças causadas por agentes virais que interferem diretamente na fisiologia da planta, comprometendo seu desenvolvimento e potencial produtivo. No contexto do agronegócio brasileiro, embora as doenças fúngicas sejam frequentemente o foco principal do manejo, as viroses têm ganhado destaque devido à dificuldade de controle curativo e à sua rápida disseminação por vetores. Um exemplo crítico e atual é a necrose da haste da soja, causada pelo Cowpea mild mottle virus (CpMMV), um vírus do gênero Carlavirus.
Diferente de fungos e bactérias, os vírus necessitam da maquinaria celular da planta para se replicar, causando distúrbios metabólicos que se manifestam em sintomas visuais variados, desde alterações na coloração das folhas até a morte dos tecidos. A incidência dessas doenças está frequentemente atrelada à presença de insetos vetores na lavoura, com destaque para a mosca-branca (Bemisia tabaci), cuja população elevada facilita a transmissão do patógeno entre plantas sadias e infectadas, além da possibilidade de introdução via sementes contaminadas.
A importância econômica das viroses na soja é significativa, pois elas afetam a cultura justamente em fases reprodutivas críticas, como a floração e o enchimento de grãos. A infecção pode resultar em plantas raquíticas, vagens deformadas e grãos com menor peso, levando a perdas de produtividade que variam de moderadas a totais, dependendo da severidade da infecção e do estágio fenológico em que a planta foi acometida.
Agente Causal: Doenças provocadas por vírus fitopatogênicos, como o CpMMV (Carlavirus), que utilizam a planta hospedeira para multiplicação.
Vetores de Transmissão: A disseminação ocorre principalmente através de insetos vetores, sendo a mosca-branca (Bemisia tabaci) o principal agente transmissor na necrose da haste, além da transmissão via sementes infectadas.
Sintomas Foliares: Presença de mosaico (padrão irregular de cores), clorose (amarelecimento), rugosidade ou aspecto bolhoso nas folhas e escurecimento das nervuras e pecíolos.
Danos Estruturais: Ocorrência de necrose da haste (escurecimento e morte dos tecidos do caule) e queima do broto apical, sintomas que dão nome à doença específica citada.
Impacto no Desenvolvimento: Causa nanismo ou enfezamento da planta, impedindo que ela atinja sua estatura normal e reduzindo a área fotossintética.
Hospedeiros Alternativos: Muitos vírus da soja, como o CpMMV, também infectam outras leguminosas, como o feijão, o que exige atenção no manejo de culturas vizinhas ou sucessivas.
Diagnóstico Laboratorial: Os sintomas iniciais das viroses podem ser confundidos com deficiências nutricionais ou outras doenças. O diagnóstico preciso muitas vezes requer análise laboratorial (como testes moleculares ou sorológicos) para diferenciar o vírus de outros patógenos.
Monitoramento do Vetor: O controle eficiente da virose é preventivo e baseia-se fundamentalmente no manejo da população do inseto vetor (mosca-branca). O monitoramento constante da praga é essencial para a tomada de decisão.
Qualidade das Sementes: Como a transmissão por sementes é uma via de entrada da doença na lavoura, a utilização de sementes certificadas e livres de vírus é uma das principais medidas de profilaxia.
Evolução dos Sintomas: Os sintomas tendem a se tornar mais visíveis e severos a partir da floração e no início da formação das vagens, momento em que o impacto na produtividade se torna irreversível.
Manejo Cultural: A eliminação de plantas voluntárias (tiguera) de soja e de outras leguminosas hospedeiras na entressafra é crucial para quebrar o ciclo do vírus e do vetor.
Irreversibilidade: Não existem produtos químicos (fungicidas ou bactericidas) que curem uma planta infectada por vírus. O manejo deve focar na proteção das plantas sadias e na redução da fonte de inóculo.
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