Colheita do Milho Safrinha 2021: Dicas Essenciais e Análise de Mercado
Colheita do milho safrinha: entenda como obter melhores resultados para grãos e silagem; e como anda o mercado para a segunda safra.
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O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura do milho é um instrumento técnico-científico oficial, desenvolvido pela Embrapa e utilizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que visa delimitar as janelas de plantio com menores probabilidades de perdas decorrentes de eventos meteorológicos adversos. No contexto brasileiro, onde o milho é cultivado em duas épocas distintas (primeira safra ou verão e segunda safra ou safrinha), o Zarc atua como um guia fundamental para o planejamento agrícola, cruzando dados históricos de clima, tipos de solo e ciclos das cultivares para estimar o risco de insucesso da lavoura.
A ferramenta não apenas define “quando plantar”, mas quantifica os riscos de perda de produtividade associados a deficiências hídricas (secas) nas fases críticas da cultura — como o florescimento e o enchimento de grãos — e, especificamente para o milho safrinha e regiões mais ao sul, o risco de geadas. O estudo classifica os municípios aptos ao cultivo e os períodos de semeadura em diferentes níveis de risco (20%, 30% e 40%), permitindo que o produtor rural e os agentes financeiros avaliem a viabilidade técnica e econômica da operação em cada talhão.
Além de sua função agronômica de proteção da produtividade, o Zarc Milho possui um papel regulatório central no agronegócio nacional. A adesão às janelas estipuladas pelo zoneamento é pré-requisito obrigatório para que o produtor tenha acesso às políticas públicas de proteção, como o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Portanto, plantar dentro do Zarc é uma medida de segurança agronômica e financeira.
Classificação de Riscos Climáticos: O sistema estratifica as janelas de plantio em três faixas de risco de perda de produtividade: 20%, 30% e 40%. Isso oferece ao produtor a transparência necessária para decidir o nível de exposição que está disposto a assumir.
Análise por Tipo de Solo: O Zarc considera a capacidade de Água Disponível (AD) no solo, classificando-os em três tipos (Tipo 1, 2 e 3), variando de solos mais arenosos com menor retenção de água até solos argilosos com alta capacidade de retenção, o que influencia diretamente a resistência da planta a veranicos.
Consideração do Ciclo da Cultivar: As recomendações são ajustadas de acordo com o grupo de maturidade relativa da cultivar de milho (superprecoce, precoce, normal ou tardio), pois a duração do ciclo afeta o tempo de exposição da planta às intempéries climáticas.
Especificidade Regional e Sazonal: O zoneamento é detalhado por município e diferencia claramente os riscos do milho primeira safra (focado em déficit hídrico) e do milho segunda safra (focado no binômio seca e geada), adaptando-se à realidade climática local.
Base de Dados Histórica: Utiliza séries históricas de dados meteorológicos (chuva, temperatura, radiação solar) de décadas passadas para modelar as probabilidades futuras, oferecendo uma base estatística robusta para a tomada de decisão.
Obrigatoriedade para Seguro e Crédito: O cumprimento das janelas do Zarc é mandatório para a contratação de seguro agrícola subsidiado e para o enquadramento no Proagro. Plantios realizados fora das datas ou em solos não indicados perdem o direito à cobertura em caso de sinistro.
Riscos do Plantio Fora de Época: Como observado na safrinha de 2021, o atraso no plantio (após a janela ideal do Zarc) expõe a lavoura a um risco severo de déficit hídrico no enchimento de grãos e a geadas precoces, podendo comprometer drasticamente a produtividade.
Dinâmica do Sistema Soja-Milho: No Brasil, o Zarc do milho safrinha é fortemente dependente da colheita da soja. Atrasos na oleaginosa empurram o milho para faixas de risco climático mais elevado (30% ou 40%), exigindo gestão rigorosa e híbridos de ciclo mais curto.
Atualização Constante: As portarias do Zarc são revisadas periodicamente pelo MAPA. É crucial que o agrônomo e o produtor consultem a versão mais recente (disponível no aplicativo “Zarc Plantio Certo” ou no Diário Oficial) antes de cada safra, pois as zonas de risco podem ser alteradas com novos dados climáticos.
Manejo como Fator Mitigador: Embora o Zarc indique o risco climático regional, o manejo do solo (como o plantio direto e a cobertura vegetal) aumenta a capacidade de armazenamento de água, ajudando a lavoura a suportar melhor os períodos de estresse previstos pelo zoneamento.
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